Uma nova data foi acordada para a conferência internacional sobre as mudanças climáticas que ocorrerá na cidade escocesa Glasgow.
A cúpula da ONU “COP26” agora ocorrerá entre o dia 1º e 12 de Novembro do ano que vem.
Originalmente, a conferência estava marcada para ocorrer em Novembro de 2020. Contudo, o evento teve que ser adiado devido à pandemia.
Dezenas de líderes mundiais vão à reunião, que é a rodada de negociações mais importante desde o Acordo de Paris, que foi firmado em 2015 para combater as mudanças climáticas.
O evento deste ano deveria ocorrer no “Scottish Events Campus” (Campus Escocês de Eventos, na tradução livre) em Glasgow, mas o local foi transformado em um hospital temporário para gerenciar as vítimas do vírus.
‘Uma recuperação limpa e resiliente” da pandemia
O presidente da COP26 Alok Sharma disse que: “Enquanto nós devidamente nos focamos em combater a crise imediata do vírus, não podemos perder de vista os imensos desafios das mudanças climáticas.”
Sharma, que também é o secretário de negócios do governo britânico, completou: “Com as novas datas para a COP26 acordadas, nós estamos trabalhando com nossos parceiros internacionais em um ambicioso roteiro para a ação climática global entre agora e Novembro de 2021.”
“Os passos que nós estamos dando para reconstruir nossas economias vão ter um impacto profundo no futuro de sustentabilidade, resiliência e bem-estar de nossas sociedades e a COP26 pode ser um momento em que o mundo se unirá atrás de uma recuperação limpa e resiliente.”
A Secretária Executiva das Mudanças Climáticas da ONU, Patricia Espinosa, disse: “Se realizada da maneira certa, a recuperação da crise do vírus pode nos levar para um caminho climático mais inclusivo e sustentável.”
Isso não supreende quem entende o funcionamento das conferências climáticas da ONU.
Desde o Acordo de Paris, os encontros anuais têm procurado promover e aumentar o compromisso internacional de limitar o iminente aumento da temperatura global.
Mas tal trabalho não acontece simplesmente nas duas semanas marcadas para os delegados se reunirem em cidades ao redor do mundo, que neste caso será em Glasgow.
A diplomacia internacional da próxima nação anfitriã da conferência – o Reino Unido para a COP26 – começa no momento em que o martelo cai sobre a COP anterior.
Sem ela, o progresso seria muito pequeno, e com as mentes tão concentradas em enfrentar a pandemia, essa outra crise – a climática – foi deixada no banco de trás.
Além disso, os países vão ter que entender qual a sua posição inicial com as economias sendo esmagadas pela crise do vírus.
Muitos líderes mundiais estão falando em uma “recuperação verde” e, portanto, permitindo que esse espaço para respirar talvez seja benéfico para a causa climática, a longo prazo.
Este ano marca a data em que se espera que os países apresentem cortes de emissão maiores para cumprir as metas do acordo.
Os planos apresentados até agora colocam o mundo em um caminho que aponta para mais de 3ºC de aquecimento, embora o Acordo de Paris comprometa os países que assinaram a reduzir as temperaturas para 1.5ºC ou 2ºC acima dos níveis pré-industriais, de maneira a evitar os piores impactos da mudança climática.
Porém, com os países ao redor do mundo lutando contra a pandemia e muitos submetendo seus cidadãos ao “lockdown”, os governos estão priorizando a crise de saúde pública mundial imediata.
Desde que a crise do vírus começou, as emissões de gases de efeito estufa caíram acentuadamente na medida em que a indústria e os transportes tiveram suas atividades muito reduzidas. Ainda assim, especialistas alertam que a poluição voltará em breve sem nenhuma ação climática sendo tomada.
Fonte: https://www.bbc.com/news/uk-scotland-52839057