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Entenda por que o lançamento da cápsula Crew Dragon da SpaceX é histórico para a Nasa

Depois de um balde de água fria na quarta-feira (27), quando o lançamento da cápsula Crew Dragon para o espaço precisou ser adiado por conta do mau tempo, há a expectativa de que finalmente a primeira missão tripulada saindo dos Estados Unidos desde 2011 vá para o espaço neste fim de semana.

Trata-se também de uma parceria inédita entre a Nasa, a agência espacial americana, e a empresa SpaceX, do bilionário Elon Musk.

A apenas 16 minutos da decolagem da espaçonave na quarta-feira, controladores de voo interromperam o lançamento por condições atmosféricas desfavoráveis, deixando convidados especiais como o presidente americano, Donald Trump, e sua esposa, Melania, e o vice-presidente, Mike Pence, frustrados no Centro Espacial Kennedy, na Flórida.

A próxima tentativa de lançamento será neste sábado, e se o tempo não ajudar, no domingo (31).

Mas como todo o mundo, o lançamento para o espaço também foi impactado pela pandemia de coronavírus — o público foi aconselhado a não se aglomerar perto do complexo Kennedy, e o número de convidados da Nasa para o evento na quarta-feira foi restrito.

Para a SpaceX, será a primeira vez que um veículo espacial seu levará astronautas — dois, Bob Behnken e Doug Hurley — a bordo. Para a Nasa, será o primeiro passo de uma transição planejada nos últimos anos, delegando a empresas privadas o transporte de seus astronautas para o espaço.

O destino da missão é a Estação Espacial Internacional (ISS, na sigla em inglês), onde o Crew Dragon deve chegar 20 horas depois do lançamento da espaçonave, acoplada a um foguete Falcon 9.

Além de marcar uma mudança para a comercialização do transporte espacial de pessoas — com empresas vendendo “corridas” para governos ou quem desejar comprar o serviço —, o lançamento é visto como importante para recuperar o prestígio dos EUA na exploração espacial.

Desde 2011, a Nasa tem pagado dezenas de milhões de dólares à Rússia por assento para cada um de seus astronautas serem transportados na espaçonave Soyuz, lançada no Cazaquistão. E isso começou com uma tragédia.

Na volta à Terra, morte de sete astronautas em 2003

Em fevereiro de 2003, o ônibus espacial Columbia se desintegrou e explodiu ao entrar de volta na atmosfera da Terra, matando toda a tripulação de sete astronautas.

O desastre levou a uma mudança dramática no programa espacial americano.

Em janeiro de 2004, o então presidente George W. Bush anunciou que seus ônibus espaciais seriam aposentados após a conclusão de missões americanas na Estação Espacial Internacional.

No ano seguinte, o diretor da Nasa Mike Griffin anunciou que, após esta etapa conclusiva na Estação Internacional, a agência abriria oportunidades comerciais para transporte de astronautas e carga para o espaço através do seu projeto Commercial Crew & Cargo Program Office (C3PO).

Com isso, a Nasa poderia focar seus investimentos em novas missões para a Lua e Marte.

No entanto, com a chegada de Barack Obama à presidência em 2008, os planos americanos para o espaço foram revistos, com o objetivo de voltar à Lua cancelado, por exemplo. A comercialização do transporte, porém, continuou tendo apoio.

Várias empresas se candidataram a participar do projeto C3PO, mas a Nasa ficou com duas, a SpaceX e a Boeing. Desde 2014, as empresas vêm refinando e testando seus projetos, supervisionados pela Nasa.

Houve tormentas no caminho — em 2016, um foguete Falcon 9 explodiu na plataforma de lançamento. Em 2019, uma cápsula do Crew Dragon explodiu durante testes. Não houve vítimas nestes dois episódios envolvendo máquinas da SpaceX.

Contratempos e obstáculos levaram a um atraso no plano inicial da SpaceX de transportar astronautas para o espaço em 2016, que finalmente deve acontecer neste fim de semana.

No ano passado, a SpaceX fez um lançamento bem sucedido da Crew Dragon sem tripulação — mas com um manequim, chamado Ripley. Com procedimentos automáticos, a cápsula se aproximou e atracou com sucesso na estação espacial.

Se a missão de agora tiver sucesso, a SpaceX vai prosseguir com outras seis missões “operacionais” até a estação espacial que fazem parte do contrato de US$ 2,6 bilhões (quase R$ 14 bilhões) com a Nasa.

A Boeing também tem um contrato similar, estimado em US$ 4,2 bilhões (cerca de R$ 22 bilhões) para levar tripulantes à estação espacial usando seu veículo CST-100 Starliner.

A SpaceX e Boeing poderão também vender seus serviços para outras agências espaciais e empresas.

Os planos de Elon Musk por trás da SpaceX

Nascido na África do Sul, o empresário Elon Musk ganhou mais de US$ 160 milhões (quase R$ 855 milhões, em valores do câmbio atual) na venda do serviço de pagamentos online PayPal para o eBay.

Musk também está envolvido em diversas outras empresas, como a fabricante de carros elétricos Tesla.

Em 2002, ele fundou a SpaceX com o objetivo de reduzir custos de transporte aéreo e também para viabilizar a colonização de Marte.

A SpaceX foi a primeira empresa privada a conseguir fazer retornar à Terra componentes de foguetes a fim de serem reutilizados, e não descartados. Ela tem feito transportes regulares de carga para a estação espacial internacional, e agora será a vez de astronautas.

A Crew Dragon foi projetada para levar até sete pessoas, mas a Nasa pretende levar até quatro astronautas nas missões, e ocupar o restante do espaço com suprimentos.

Espaçonaves projetadas para transportar astronautas passam por inúmeros testes de segurança, e o lançamento previsto para esse fim de semana é como uma prova final desse processo de validação.

Uma vez em órbita, Bob Behnken e Doug Hurley vão testar sistemas de controle, telas e propulsores de manobra da Crew Dragon. Chegando à Estação Espacial Internacional, testarão o sistema de acoplamento automático, passando então a fazer parte da tripulação da ISS por alguns meses.

Na volta à Terra, a espaçonave vai pousar de paraquedas no oceano Atlântico, até ser resgatada pelo navio Go Navigator.

Behnken e Hurley são astronautas da Nasa desde 2000 e já foram ao espaço duas vezes em ônibus espaciais. Eles estão entre os astronautas mais experientes da agência espacial — Hurley já passou 28 dias e 11 horas no espaço, e Behnken acumula 29 dias e 12 horas, incluindo 37 horas de caminhada espacial (fora do veículo ou da estação). Ambos são casados com astronautas.

Fonte: https://g1.globo.com/mundo/noticia/2020/05/29/por-que-lancamento-inaugural-de-nave-da-spacex-e-historico-tambem-para-a-nasa.ghtml

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