Após ataques contra estátuas de personalidades escravocratas e racistas no Reino Unido e na Bélgica, manifestantes nos Estados Unidos se voltaram contra monumentos em homenagem a Cristóvão Colombo nos Estados Unidos. Em Richmond, no estado da Virgínia, uma escultura do navegante italiano foi derrubada e atirada em um lago. Outra, em Boston, foi “decapitada”.
Para os manifestantes, Colombo simboliza o genocídio dos povos americanos nativos, além de ser um símbolo da violenta colonização europeia no continente. Ele foi o primeiro europeu a chegar à América, em 1492, em uma missão financiada pela Espanha.
Em Boston, a polícia foi alertada da “decapitação” pouco depois da zero hora desta quarta-feira, segundo informou um porta-voz da organização à agência de notícias AFP. Segundo ele, o caso está sendo investigado, e ainda não há suspeitos. Localizada em um um pedestal no parque Cristóvão Colombo, no coração da cidade, a estátua, como outros monumentos do navegador espalhados pelo mundo, é alvo de manifestações há vários anos e já havia sido pichada.
O prefeito de Boston, Martin Walsh, condenou o vandalismo, mas informou que a estátua será retirada nesta quarta-feira, e espera uma decisão definitiva sobre seu destino.
Uma mulher que passava na manhã desta quarta-feira pela estátua disse à AFP que aprovava o gesto.
— Como os negros deste país, os índios também foram maltratados. Esse movimento é poderoso e muito simbólico.
Os episódios ocorrem após acontecimentos semelhantes em outros lugares do mundo. Em Bristol, na Inglaterra, manifestantes derrubaram e jogaram no porto da cidade uma estátua do traficante de escravos Edward Colston, que viveu entre os século XVII e XVIII. Um dia depois, o prefeito da cidade, Marvin Rees, afirmou que iria guardar a escultura em um museu. Isso também levou o prefeito de Londres, Sadiq Khan, a determinar que os monumentos e os nomes das ruas da capital fossem revistos.
Na cidade de Antuérpia, no norte da Bélgica, uma estátua de Leopoldo II, rei dos belgas de 1865 a 1909 e responsável pela colonização do Congo Belga — chegando a transformar o território em sua propriedade particular —, foi vandalizada. O monumento foi retirado e, segundo as autoridades, foi levado a um museu para sua restauração. Um porta-voz ainda afirmou que ele não seria recolocado no local.
Fonte: O Globo