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Produção de carros elétricos pode subir 500% até 2030, diz ONU

A demanda por matérias-primas usadas na fabricação de baterias recarregáveis crescerá, rapidamente, à medida que a importância do petróleo diminuir, segundo um novo relatório da Conferência da ONU sobre Comércio e Desenvolvimento, Unctad.

De acordo com a agência, os esforços para reduzir as emissões de dióxido de carbono, CO2, devem estimular mais investimentos na produção de energia verde. A aposta dos últimos anos foi de cerca de US$ 600 bilhões anuais, mas a expectativa é que a procura por esses veículos quase quintuplique até 2030 passando dos 5 milhões atuais para 23 milhões de unidades.

Crescimento

A diretora de comércio internacional da Unctad, Pamela Coke-Hamilton, afirma que “fontes alternativas de energia, como baterias elétricas, se tornarão ainda mais importantes à medida que os investidores ficam mais cautelosos com o futuro da indústria do petróleo.”

As vendas de carros elétricos cresceram nos últimos anos, aumentando 65% em 2018 em relação ao ano anterior, chegando a 5,1 milhões de veículos. Em 2030, 23 milhões destes automóveis devem ser produzidos anualmente.

As baterias recarregáveis terão um papel importante na transição para um sistema de energia de baixas emissões, se as matérias-primas usadas forem adquiridas e produzidas de maneira sustentável.

Em 2018, o mercado mundial de lítio, a bateria de carro recarregável mais comum, valia cerca de US$ 7 bilhões. A Unctad estima que chegue a US$ 58,8 bilhões até 2024.

Exportadores

Segundo a agência, isso “abrirá mais oportunidades comerciais para os países que fornecem esses materiais.” 

Atualmente, as reservas estão altamente concentradas em alguns países. Quase 50% das reservas mundiais de cobalto estão na República Democrática do Congo, 58% das de lítio estão no Chile. 

Quanto à grafite, 80% das reservas naturais estão na China, no Brasil e na Turquia. O Brasil, Austrália, África do Sul e Ucrânia, acumulam 75% das reservas de manganês.

A Unctad afirma que a produção altamente concentrada, suscetível à instabilidade política e impactos ambientais, gera preocupações. Interrupções no fornecimento aumentariam os preços dificultando a transição para a mobilidade elétrica.

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Oportunidade

O relatório propõe mais investimento em tecnologias verdes como forma de reduzir a dependência de matérias-primas essenciais, mas isso baixaria as receitas dos países que as produzem. 

Além disso, a maior parte do valor adicionado às matérias-primas é gerada fora das nações produtoras as excluindo da maior parte dos lucros.

A pesquisa aponta o exemplo do cobalto da República Democrática do Congo, que é responsável por mais de dois terços da produção global deste material. O processamento é feito em refinarias de países como Bélgica, China, Finlândia, Noruega e Zâmbia. Uma infraestrutura limitada, falta de tecnologia, capacidade logística e financiamento estão impedindo maiores benefícios econômicos para o país africano.

A fabricação de eletrodos positivos para baterias também está concentrada, sendo dominada por nações asiáticas. Em 2015, a China representava aproximadamente 39% do mercado global, o Japão 19% e a República da Coréia 7%.

Impactos

O relatório também destaca impactos sociais e ambientais da extração de matérias-primas. 

Cerca de 20% do cobalto fornecido pela RD Congo vem de minas artesanais, onde existem relatos de abusos de trabalho infantil e direitos humanos. Segundo o Fundo das Nações Unidas para a Infância, Unicef, até 40 mil crianças trabalham em condições extremamente perigosas nessas minas.

No Chile, a mineração de lítio usa quase 65% da água na região de Salar de Atamaca, uma das áreas mais desérticas do mundo. Isso causou o esgotamento e a poluição das águas subterrâneas, forçando os agricultores e os pastores a migrar.

Fonte: Onu News

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