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Mercado de veículos só deve voltar ao patamar pré-pandemia em 2025

Com a volta de fábricas após paralisação forçada pela pandemia do novo coronavírus, a produção de veículos no Brasil cresceu 129,1% em junho ante maio, para 98,7 mil unidades, informou nesta segunda-feira, 6, a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea).

“Era um crescimento esperado, porque mais montadoras voltaram a produzir em junho”, disse o presidente da Anfavea, Luiz Carlos Moraes, em coletiva online. Segundo ele, faltam apenas duas fábricas retomarem a produção. As plantas devem voltar a operar em meados de julho, ele disse.

O volume de junho, contudo, está 57,7% abaixo do nível de junho do ano passado, ainda como efeito da pandemia. “A produção está em voltando em ritmo menor, por causa da implementação dos cuidados com a saúde”, disse o executivo.

No acumulado do ano, as fábricas produziram 730 mil unidades, número 50,5% menor que o do primeiro semestre do ano passado.

Para a Anfavea, só em 2025 o mercado de veículos novos no Brasil deve voltar a ter o ritmo de vendas que registrou em 2019, antes da pandemia. A estimativa levou em consideração que o mercado deve se recuperar a uma taxa média de 11% ao ano, a mesma registrada pela indústria nos anos seguintes à crise econômica de 2015 e 2016. Para este ano, a associação, prevê retração de 40% nas vendas.

Pelo menos 103 mil veículos vendidos em junho só devem ser emplacados em julho, em razão de atrasos burocráticos decorrentes da pandemia. Além disso, foram emplacadas em junho cerca de 30 mil unidades vendidas em abril e maio.

O dados da Anfavea confirmam os números divulgados na quinta-feira passada pela Federação Nacional de Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave): o mercado emplacou 132,8 mil unidades, alta de 113,6% em junho ante maio, mas queda de 40,5% na comparação o mesmo mês do ano passado. No acumulado do ano, o recuo é de 38,2%, para 809 mil unidades.

A Anfavea informou que os estoques de veículos nos pátios das montadoras e das concessionárias terminaram junho com 157,6 mil unidades, abaixo das 200,1 mil registradas no fim de maio. Ao considerar o ritmo do mercado em junho, o estoque é suficiente para 36 dias de venda. Um mês antes, dava para 45 dias.

Contudo, o presidente da Anfavea afirmou que não haveria essa queda no número de dias se a conta fosse feita com os emplacamentos represados em razão dos atrasos burocráticos. Segundo ele, ao considerar esse represamento, os estoques seriam suficientes para 46 dias.

A exportação de veículos somou 19,4 mil unidades em junho, quase cinco vezes o volume registrado em maio. O crescimento foi de 397%.

Na comparação com junho do ano passado, porém houve queda de 52%. No primeiro semestre, o volume exportado é de 119,5 mil unidades, com retração de 46,2% na comparação com a primeira metade do ano passado.

Fonte: Estadão

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