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Por que a Etiópia está há três semanas sem internet

A Etiópia, segundo país mais populoso da África, está entrando em sua terceira semana sem internet. O bloqueio, feito pelo governo etíope, aconteceu em uma tentativa de conter os protestos da população após o assassinato do famoso cantor e ativista Hachalu Hundessa em 29 de junho.

Hachalu, 34 anos, foi uma voz de liderança nos protestos antigovernamentais que levaram a uma mudança política no país em 2018. Ele pertencia à etnia Oromo, a maior do país, e foi baleado em seu carro no início do mês. Suas músicas incentivavam o movimento que conseguiu pressionar o ex-primeiro ministro da Etiópia a renunciar e abrir caminho para reformas democráticas.

Após a morte do cantor, mais de 239 pessoas foram mortas durante os protestos, e outras 5 mil foram presas. Na manhã do dia 30 de junho, após a morte de Hachalu, praticamente toda a rede de internet do país foi cortada.

Acredita-se que o governo tenha cortado as conexões para conter informações sobre abusos. Grupos de direitos humanos relataram que o corte na internet dificulta o mapeamento da repressão policial e a busca pelos manifestantes que foram detidos.

Na Etiópia, o acesso à internet é feito por uma única empresa, a Ethio Telecom. A Ethio detém o monopólio de todos os serviços de telecomunicações do país, incluindo telefonia fixa, móvel e banda larga.

O grupo de monitoramento de intenet NetBlocks, em entrevista ao Washington Post, disse que a interrupção constitui uma “violação grave dos direitos básicos”, em um momento em que os etíopes precisam se manter informados, dada a pandemia. O grupo relatou um impacto econômico estimado de mais de US$ 4 milhões por dia, no que chamaram de “o mais grave desligamento da internet na Etiópia” desde o período de 10 dias após o assassinato de Seare Mekonnen, chefe do exército do país, no ano passado.

O relator especial das Nações Unidas sobre liberdade de opinião e expressão, David Kaye, disse no início deste mês — em uma série de tweets — que o desligamento da internet na Etiópia “é totalmente prejudicial e contrário aos padrões básicos de direitos humanos”, acrescentando que ” é claro que existe um sério risco de que as plataformas de mídia social, especialmente o Facebook, possam ser usadas para incitar a violência e o ódio de base étnica”.

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