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Setor têxtil teve em abril e maio as piores perdas da história

Os desenvolvimentos de novos artigos e formas de vendas surgem como alternativa para superar um período difícil no setor dos vestuários.

De acordo com dados do IBGE, a fabricação de produtos têxteis caiu 51,1% em abril e mais 46,5% em maio, as piores perdas da história do setor. Já o comércio nos segmentos de tecidos, vestuário e calçados registrou, de março para abril, uma queda 60,6%.

O recuo fez com que a Abit (Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção) estimasse que até 80 mil postos de trabalho formais sejam perdidos até o fim de 2020. O número de demissões só não será maior porque muitas companhias aderiram à MP (medida provisória) 936, que autoriza o corte de salários e jornadas de trabalhadores.

A projeção das indústrias têxteis no momento é a de que o faturamento seja abaixo de 70% do que seria esperado antes da pandemia.

“Nossa expectativa de queda hoje está em torno de 14% na área de têxtil para o lar e decorativo, e mais 18% na área de moda. Esses números significam perder, apenas em um ano, mais do que perdemos em dois anos na recessão de 2015 e 2016”, disse o presidente Fernando Pimentel.

Para André Macedo, gerente da pesquisa industrial mensal do IBGE, o recuo no segmento têxtil seguiu o movimento da indústria como um todo, com maior frequência de unidades produtivas paralisadas. Também acompanha o movimento de queda observado no setor de vestuário, que reduziu a produção por conta da menor demanda.

“Esse segmento é muito atrelado à demanda doméstica e evolução da renda. Com o aumento no número da taxa de desocupação, e a consequente redução na massa salarial, é natural que esses segmentos voltados ao consumo doméstico mostrem algum tipo de perda”, disse.

Só em maio, a pandemia aniquilou 7,8 milhões de empregos, segundo o IBGE.

Macedo analisou, porém, que, com as flexibilizações das medidas restritivas de distanciamento social ocorridas pelo país, o setor industrial como um todo tende a mostrar algum grau de melhora.

“A grande questão é se a indústria, inclusive a têxtil, conseguirá recuperar as perdas e, se conseguir, em quanto tempo isso ocorrerá”, disse o gerente do IBGE.

Fonte: Folha

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