A produção brasileira de aço bruto chegou a 2,6 milhões de toneladas em julho deste ano, um aumento de 3,5% em relação ao registrado no mesmo período de 2019. As vendas internas cresceram 8,3% frente a julho de 2019 e atingiram 1,7 milhão de toneladas. O consumo aparente de produtos siderúrgicos foi de 1,8 milhão de toneladas, crescendo 4,4% comparado ao mesmo período de 2019. O Instituto Aço Brasil (IABr) diz que os dados confirmam a trajetória de recuperação do mercado interno e, em consequência, a melhora da indústria brasileira do aço.
Apesar do crescimento, o setor encerrou julho ocupando 60,5% de sua capacidade instalada, sendo que o nível considerado ideal está entre 80% e 85%.
As exportações, que, segundo o IABr, poderiam ajudar a reduzir a elevada ociosidade no setor, caíram 18,6% em relação ao mês de junho, devido às condições adversas do mercado internacional, que tem hoje, um excesso de capacidade acima dos 400 milhões de toneladas, de acordo com o IABr.
“O incremento das exportações tão necessárias à indústria do aço e a indústria de transformação como um todo, que também tem hoje elevada ociosidade, passa pela melhoria da competitividade, passa pela recomposição imediata e emergencial do Reintegra”, diz o presidente executivo do Instituto Aço Brasil, Marco Polo de Mello Lopes.
O Reintegra foi criado para compensar exportadores sobre os impostos que incidem na cadeia produtiva e teve alíquota reduzida para 0,1% durante o governo Michel Temer após a greve dos caminhoneiros em 2018.
Lopes defende que alíquota seja elevada para 3%, o que permitiria o ressarcimento parcial dos resíduos tributários até que a reforma tributária, em discussão no Congresso, seja aprovada e a cumulatividade dos impostos, presente no sistema atual, seja eliminada.
As exportações de julho foram de 875 mil toneladas, ou US$ 392 milhões, o que resultou em uma queda de 12,4% e 32,6%, respectivamente, na comparação com o ocorrido no mesmo mês de 2019. Já as importações de julho de 2020 foram de 146 mil toneladas (US$ 168 milhões), o que representou uma redução de 27,7%. Em valor, a queda chegou a 23,7% com o registrado em julho de 2019.
Confiança
O Instituto Aço Brasil também divulgou o Índice de Confiança da Indústria do Aço do mês de agosto. O ICIA aumentou 8,0 pontos em agosto, frente ao mês anterior, chegando a 70,8 pontos. Lopes afirma que o aumento da confiança dos CEOs do setor pelo segundo mês seguido aponta a melhora da percepção sobre a situação atual.
Com esse resultado, o ICIA ultrapassou o patamar pré-pandemia da covid-19 (70,2 pontos em fevereiro) e atingiu o segundo maior patamar da série histórica, iniciada em abril de 2019.
Estadão Conteúdo