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Brasil pode ser um dos países com retomada mais complicada, diz estudo

Um estudo divulgado pela rede americana CNBC aponta que o Brasil é um dos países do G20 (grupo das maiores economias do mundo) que terá a recuperação econômica mais complicada após a crise provocada pela pandemia do novo coronavírus. O mesmo vale para Índia e África do Sul.

A pesquisa Recovery Capacity Index, feita pela consultoria Verisk Maplecroft, analisou uma dúzia de fatores e indicou que problemas de governança, instituições enfraquecidas e protestos sociais constantes podem comprometer a capacidade de esses três países se recuperar. Como resultado, todos devem encolher em torno de 7% neste ano.

Além dos problemas sociais, Brasil, Índia e África do Sul estão entre os cinco países mais afetados pelo coronavírus em números de casos oficiais.

“Brasil, Índia e África do Sul, todos esses países apresentam risco ‘elevado’ de corrupção, segundo nossos dados”, diz David Wille, da Maplecroft em uma fala ao site da CNBC. “Já Rússia, México e Indonésia estão próximos do risco ‘extremo’”, acrescentou.

“Corrupção, governos instáveis e/ou pouco efetivos limitam a habilidade de direcionar o orçamento para aqueles que mais precisam, aumentando os riscos de não conseguir reviver a economia mesmo depois do fim da atual crise”, completou.

Outro problema apontado pelo estudo é que esses três países combinam um alto nível de pobreza com baixo capital humano.

Além disso, o Brasil foi apontado como país de “médio” risco em “conectividade”, o que a Maplecroft considerou como o distanciamento físico entre uma pessoa e a rede digital do país. A África do Sul está no mesmo patamar que o Brasil, enquanto na Índia o risco foi considerado alto.

Os pesquisadores também apontaram que a instabilidade política e a sequência de protestos contra o governo também podem ser desafios para os três países na hora de retomar a economia. Segundo o estudo, o Brasil é um dos países com maior riscos de ter manifestações populares que desestabilizem o cenário atual nos próximos seis meses.

“Esses fatores vão exacerbar problemas sócio-econômicos pré-existentes, aumentando o desemprego e a insatisfação às respostas do governo à pandemia. Isso cria níveis muito altos de incerteza para os investidores, e protestos em larga escala têm potencial de impedir mesmo as economias mais consolidadas de se recuperar”, explicou Willie.

Fonte: Exame

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