O governo argentino avalia o corte temporário de alguns impostos de exportação para impulsionar a entrada de dólares, diante da queda das reservas internacionais para o menor nível em três anos, segundo pessoas com conhecimento do assunto.
Autoridades ainda discutem quais produtos seriam incluídos na medida, o percentual de redução do imposto e como seria aplicado, disse uma das pessoas, que pediu para não ser identificada. As medidas poderiam ser anunciadas para a soja na quarta-feira para serem aplicadas em outubro, disse outra pessoa.
Um porta-voz do Ministério da Economia não respondeu a um pedido de comentário.
As exportações de soja são vistas como elemento-chave nos esforços para sustentar o peso, a moeda com pior desempenho do mundo nos últimos cinco anos com base no retorno à vista. Em 2019, por exemplo, os embarques de soja somaram US$ 17,9 bilhões, ou 27% das vendas totais da Argentina ao exterior.
Agricultores da Argentina têm evitado vender soja para exportadores porque a taxa de câmbio oficial está sobrevalorizada. Até 16 de setembro, ainda não haviam vendido ou precificado contratos para 52% da colheita encerrada em junho. Os preços da soja e do farelo subiram muito nas últimas semanas, então há uma oportunidade de trazer mais dólares com exportações.
O país aumentou os controles de capital em 15 de setembro na tentativa de segurar dólares enquanto as reservas diminuem. A medida não surtiu efeito, pois as reservas continuaram a cair. A diferença entre as taxas de câmbio oficial e paralela do país aumentou diante da corrida dos argentinos por dólares para preservar o valor de suas economias.
As reservas líquidas estimadas são de US$ 4,6 bilhões, de acordo com a Portfolio Personal Inversiones.
Fonte: Exame