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Massa de salários em circulação na economia cai R$ 10,031 bi em um ano, diz IBGE

A perda de trabalho por milhões de brasileiros derrubou a massa de salários em circulação na economia durante a pandemia do coronavírus. A massa de salários em circulação na economia encolheu R$ 10,031 bilhões no período de um ano, para R$ 203,016 bilhões, uma queda de 4,7% no trimestre encerrado em julho de 2020 em relação ao mesmo período de 2019. Os dados são da Pnad Contínua (Pessquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua) do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

Na comparação com o trimestre terminado em abril, a massa de renda real encolheu 3,8%, com R$ 8,035 bilhões a menos. O rendimento médio dos trabalhadores ocupados teve alta de 4,8% na comparação com o trimestre até abril, R$ 117 a mais. Em relação ao trimestre encerrado em julho do ano passado, a renda média subiu 8,6%, R$ 200 a mais, para R$ 2.535.

Segundo Adriana Beringuy, analista da Coordenação de Trabalho e Rendimento do IBGE, a renda média vem aumentando porque os trabalhadores informais, com tradicionalmente rendimentos menores, estão perdendo a ocupação.

“À medida em que essa população ocupada informal vai saindo do mercado de trabalho, o que resta são os trabalhadores de maior renda”, justificou Adriana.

População ocupada

O Brasil registrou uma perda de 7,214 milhões de pessoas ocupadas no mercado de trabalho em apenas um trimestre, segundo os dados da Pnad Contínua do IBGE. A taxa de desemprego passou de 12,6% no trimestre encerrado em abril para 13,8% no trimestre terminado em julho.

A população ocupada desceu ao menor patamar da série histórica iniciada em 2012, com 82,027 milhões de pessoas. A população desocupada, por sua vez, cresceu em 319 mil pessoas em apenas um trimestre, totalizando 13,130 milhões de desempregados.

A taxa de desemprego só não subiu ainda mais porque houve um salto de 11,3% no número de pessoas na inatividade. A população inativa alcançou o auge de 78,956 milhões no trimestre encerrado em junho, 8,031 milhões a mais que no trimestre anterior.

O nível da ocupação – porcentual de pessoas ocupadas na população em idade de trabalhar – caiu de 51,6% no trimestre encerrado em abril para 47,1% no trimestre até julho de 2020, o menor da série histórica. No trimestre terminado em julho de 2019, o nível da ocupação era de 54,7%.

Informais

A pandemia do novo coronavírus provocou uma perda generalizada de postos de trabalho no trimestre encerrado em julho. Houve demissões significativas de trabalhadores com carteira assinada no setor privado, mas os mais impactados ainda são os trabalhadores informais, segundo os dados da Pnad Contínua divulgados nesta quarta-feira.

Entre as 7,214 milhões de vagas perdidas no trimestre encerrado em julho, queda de 8,1% na ocupação ante o trimestre terminado em abril, 3,897 milhões delas eram ocupações informais, o que significa um recuo de 11,3% no contingente de trabalhadores atuando na informalidade no País.

O país alcançou uma taxa de informalidade de 37,4% no mercado de trabalho no trimestre até julho, a menor da série histórica iniciada em 2016, com 30,694 milhões de trabalhadores atuando na informalidade, menor contingente já registrado pela pesquisa.

Houve demissão de 1,435 milhão de pessoas sem carteira de trabalho no setor privado no trimestre encerrado em julho, enquanto outros 1,973 milhão de trabalhadores por conta própria perderam suas ocupações.

Mais 2,822 milhões de vagas com carteira assinada no setor privado foram extintas em um trimestre. O total de vagas formais no setor privado desceu a 29,385 milhões, menor patamar da série. Houve uma perda ainda de 263 mil empregadores em um trimestre.

Outros 931 mil trabalhadores domésticos perderam seus empregos no período. O trabalho doméstico caiu ao piso da série, ocupando 4,593 milhões de pessoas.

O setor público foi o único a abrir vagas, com mais 215 mil trabalhadores em um trimestre.

Estadão Conteúdo

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