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FMI e Banco Mundial unem forças para pedir ajuda para países pobres na pandemia

As duas organizações internacionais de crédito mais importantes do mundo, o FMI e o Banco Mundial, abriram suas reuniões anuais nesta quarta-feira (14) com um novo apelo para que os ricos ajudem os pobres a enfrentarem o impacto global da pandemia do coronavírus.

Os dirigentes do FMI e do Banco Mundial reiteraram nos últimos dias seus apelos aos governos para que continuem aumentando os gastos públicos para sustentar a economia e evitar o agravamento da crise.

Mas com as dívidas soberanas e corporativas disparando em um cenário de taxas de juros baixas, a crise é um quebra-cabeça difícil para as instituições sediadas em Washington, que sempre exigiram cautela fiscal.

A diretora-gerente do FMI, Kristalina Georgieva, e o presidente do Banco Mundial, David Malpass, alertaram para os países não se sentirem confiantes em uma recuperação econômica inicial e pediram aos maiores credores — China e grandes credores privados em particular — a fazerem mais para aliviar a crise de endividamento enfrentada pelos países mais vulneráveis.

“Nove meses após o início de uma pandemia e ainda estamos lidando com a escuridão de uma crise que ceifou mais de um milhão de vidas e que colocou a economia em marcha à ré, causando desemprego, aumentando a pobreza e os riscos de uma geração perdida em países de baixa renda”, resumiu Georgieva.

“Estou muito preocupada que o apoio aos trabalhadores e empresas seja retirado prematuramente, porque isso pode causar uma onda de falências e um aumento maciço do desemprego”, alertou.

O PIB mundial recuará 4,4% neste ano, menos do que os 5,2% estimados em junho, de acordo com o FMI.

A melhora deve-se principalmente à abertura de algumas economias avançadas, embora a reativação para o próximo ano perca força. Mas também é explicada pelos US$ 12 trilhões em recursos que os governos injetaram em suas economias ao redor do mundo.

As perdas de crescimento nos próximos cinco anos são estimadas em cerca de US$ 28 trilhões. Com um aumento nas infecções em muitos países e nenhuma vacina à vista, Georgieva alertou que todos os países enfrentam um desafio para sair da crise que será “difícil, desigual, incerto e sujeito a contratempos”.

O alívio da dívida

Malpass liderou os pedidos de alívio da dívida para os países pobres.

O G20 concordou com a suspensão do serviço da dívida para os 43 países mais pobres do mundo, o que representa cerca de US$ 5 bilhões de obrigações até o final do ano, bem abaixo do esperado, de até US$ 11 bilhões.

O G20 aprovou uma extensão de seis meses desta iniciativa chamada de Suspensão do Serviço da Dívida (DSSI) nesta quarta-feira (14), mas Malpass continua a levantar preocupações sobre a falta de transparência nesta cooperação, especialmente da China.

A China consolidou amplamente sua posição como o maior credor dos países pobres nos últimos anos, bem à frente do Japão, informou o Banco Mundial na segunda-feira (12).

A participação do gigante asiático no passivo total devido aos países do G20 por outras nações aumentou de 45% em 2013 para 63% no final de 2019, disse o Banco Mundial em um comunicado.

A China considera seu Banco de Desenvolvimento um banco comercial, o que permite que ele não seja incluído em uma iniciativa de moratória da dívida.

O presidente do BM aponta para uma redução da dívida “significativa” para os países pobres e lhes permite “um crescimento duradouro no futuro”.

A participação do setor de credores privados nesta iniciativa foi amplamente ausente.

Para Georgieva, o coronavírus continua sendo o principal problema e o FMI estima que uma solução médica rápida poderia adicionar US$ 9 trilhões à economia global até 2025.

“Uma recuperação econômica duradoura será possível se derrotarmos a pandemia em todos os lugares”, concluiu.

Fonte: G1

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