Pesam nos negócios as dúvidas sobre quais serão os próximos passos do governo argentino para pagar o vencimento de um bônus na quinta-feira
Os mercados reagem negativamente diante do fracasso do governo argentino na rolagem da dívida. Os títulos em pesos registram baixas de até 12,8%, enquanto os emitidos em dólares caem cerca de 4,7%. A taxa de risco país, medido pelo JP Morgan, subia 2,1% a 1932 pontos básicos.
Na Bolsa de Buenos Aires, por volta de 14 horas, o Merval recuava 2,79%. Entre as ações que mais sofrem estavam as de Byma (-3,3%), Aluar e Cresud (-2,6%). As ADRs argentinas também tinham baixa: Central Puerto (-2,9%), Cresud (-2,1%), e os bancos Supervielle (-2,6%), Macro (-2,1%) , Francês (-1,8%).
O mercado adverso para a Argentina ocorre em m m meio a dúvidas sobre quais serão os próximos passos do governo argentino para pagar o vencimento de um bônus na quinta-feira no valor de 105 bilhões de pesos.
O Ministério de Economia fez duas tentativas de leilão de títulos soberanos para pagar este vencimento e evitar a emissão de moeda. Na primeira, há uma semana, obteve 10% de adesão à troca. Na segunda, realizada ontem, o leilão foi declarado “deserto”. Nesta terça-feira, o governo decidiu suspender outra licitação de Letras do Tesouro que estava pr programada para o dia.
A dúvida do mercado é se o ministro Martín Guzmán vai emitir cerca de 95 bilhões de pesos de que necessita para pagar a dívida que não conseguiu rolar ou se optará por um “reperfilamento” forçado, sem acordo com os credores, segundo explicou o analista Gustavo Ber, do Estudio Ber.
Esta dúvida surgiu depois de uma entrevista do presidente Alberto Fernández no fim de semana, na qual disse que seu governo não emitirá moeda “loucamente” para pagar os credores, já que o excesso de pesos no mercado eleva o risco de aumento da inflação.