Os Estados Unidos, a China e outros países do G20 concordaram pela primeira vez nesta sexta-feira (13) com uma nova abordagem conjunta para reestruturar dívidas governamentais, à medida que a crise do coronavírus deixa algumas nações mais pobres sob risco de calote.
O acordo veio depois de a Zâmbia dizer que não iria honrar um cupom de Eurobond em atraso até o prazo final desta sexta-feira, colocando o país a caminho de se tornar o primeiro na África a declarar um default soberano na era da pandemia.
Mencionando a escala da pandemia da Covid-19 e “as vulnerabilidades significativas da dívida e as perspectivas de deterioração em muitos países de baixa renda”, as autoridades financeiras do G20 concordaram que é necessário mais auxílio do que o atual congelamento dos pagamentos oficiais de dívidas, que se encerra ao fim de junho.
Espera-se que os principais credores, incluindo a China, sigam as diretrizes conjuntas acertadas pelo G20, que estabelecem como a dívida considerada insustentável pode ser reduzida ou reescalonada.
A diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Kristalina Georgieva, considerou a estrutura conjunta uma conquista histórica e disse que ela deveria aumentar a participação do setor privado e acelerar a resolução nos casos em que as dívidas eram insustentáveis.
“Vamos ser muito francos aqui. Não estamos fora de perigo. Esta crise não acabou. Precisamos de mais apoio por meio do alívio da dívida e de novos financiamentos”, disse ela a autoridades do G20. Somente os Estados africanos enfrentam uma necessidade de financiamento de US$ 345 bilhões até 2023, alertou.
Grupos não governamentais disseram que o acordo deveria ter ido mais longe, incluindo países de renda média e forçando investidores privados a aceitar cancelamentos.
Uma autoridade sênior do Departamento do Tesouro dos EUA disse que o governo estava aberto a estender o arcabouço conjunto para incluir países de renda média e pequenos Estados insulares, mas que essa visão não era compartilhada por todos os membros do G20 nesta fase.
Fonte: G1