No turismo, o lixo costuma ser um problema das cidades quando os turistas voltam para casa. No caso do turismo espacial, nova onda entre os multibilionários, os resíduos são um problema dos turistas na ida. Há, atualmente, cerca de 9 mil toneladas de lixo espacial em órbita. São restos de satélites, foguetes e outros equipamentos utilizados para a exploração sideral, e que nunca foram recolhidos por seus donos. O risco de colisão é crescente.
Por esse motivo, a partir desta quarta-feira, 25, uma comissão da ONU irá se reunir para debater o problema e tentar encontrar uma solução para o tráfego espacial. O Comitê para o Uso Pacífico do Espaço (COPUOS, na sigla em inglês) irá examinar uma vasta gama de tecnologias capazes de criar um sistema anticolisão colaborativo. O grande obstáculo para isso, no entanto, está na espionagem. Rivais espaciais de longa data, como Estados Unidos, Rússia e China, relutam em divulgar a posição de seus satélites espiões.
E as rivalidades se acirraram nos últimos anos, especialmente entre americanos e chineses. Desde 2011, os EUA proibiram qualquer colaboração com a China em projetos espaciais. A China respondeu com a construção de sua própria estação espacial, lançada em abril. Enquanto isso, os bilionários astronautas que desviem do lixo.
A corrida espacial de Musk, Bezos e Branson
Na disputa entre Elon Musk, CEO da Tesla, e Jeff Bezos, fundador da Amazon, em uma nova corrida espacial, o novo competidor Richard Branson, da companhia aérea Virgin Atlantic, tomou a dianteira com o sucesso de sua primeira viagem turística ao espaço.
Até Musk já correu e garantiu sua reserva para uma das próximas viagens ao espaço na empresa de Branson, a Virgin Galactic. O dono da Tesla tem feito voos experimentais de seus foguetes da SpaceX há mais de um ano.
E Bezos, dono da empresa Blue Origin, acabou ficando para trás. A decolagem de Branson veio nove dias antes do primeiro voo de Bezos a bordo de um de seus foguetes.
Dos três, Musk é o único a abordar o tema do lixo espacial. No ano passado, a diretora de operações da SpaceX, Gwynne Shotwell, afirmou que o foguete Starship pode realizar serviços de coleta de resíduos no espaço. Ela explicou que o Starship tem capacidade para transportar até 100 toneladas de carga por longas distâncias.
“É possível aproveitar a nave para ir até alguns desses corpos de foguetes mortos e coletar uma parte deste lixo que está no espaço sideral”, afirmou Shotwell. “Não será algo fácil de ser feito, mas o Starship oferece essa possibilidade.”
Fonte: Exame