Scott Keogh, executivo que comanda a divisão da Volkswagen nas Américas prevê a normalização da produção de automóveis nos Estados Unidos apenas no segundo semestre de 2022 devido aos surtos de covid-19 na Malásia, que agravaram os gargalos nas cadeias de suprimentos.
“Normal – quando poderemos fabricar todos os carros que queremos exatamente quando queiramos – acho que não será possível até o segundo semestre do ano que vem”, disse Scott Keogh, CEO da unidade da América do Norte da Volkswagen, em entrevista na fábrica da empresa em Chattanooga, Tennessee.
O déficit global de semicondutores reduziu a produção de automóveis no mundo todo e deixou showrooms com menos modelos para venda, mesmo com a maior demanda durante a pandemia.
Em meados do ano, a Volkswagen foi obrigada a interromper a produção dos utilitários esportivos Taos e Tiguan na fábrica de Puebla, no México, e está desviando chips destinados ao sedã Passat, com vendas mais lentas, para a produção do SUV Atlas, mais lucrativo, fabricado em Chattanooga. Também prepara a fábrica do Tennessee para produzir o ID.4, seu primeiro SUV elétrico, em junho do ano que vem.
A fábrica de Chattanooga opera a plena capacidade – quando tem chips – e planeja contratações para aumentar ainda mais a produção, de acordo com Johan De Nysschen, diretor de operações da divisão da Volkswagen nas Américas.
A pandemia expôs uma “lacuna estrutural” entre a produção e a demanda de chips, e os problemas causados pelo vírus apenas agravaram o desequilíbrio, disse Keogh. Mas a situação não foi totalmente negativa para as montadoras.
Os estoques apertados elevaram os preços e resultaram em gastos mínimos com incentivos, o que melhorou os resultados. Isso ajudou a unidade da Volkswagen nos Estados Unidos a lucrar em 2020 pela primeira vez em oito anos, disse Keogh, após uma reformulação da linha de sedans para SUVs.
Quando a escassez de semicondutores finalmente diminuir, a Volkswagen planeja ter menos carros nos lotes das concessionárias, porque isso provou ser mais lucrativo para fabricantes e revendedores, disse Keogh.
“Voltar aos dias em que havia oferta para 100 a 120 dias não vai acontecer”, afirmou. “Agora, as pessoas têm oferta para 30 a 40 dias e está funcionando muito bem. Algo em torno de 40 a 50 dias seria ótimo.”
Fonte: Exame