A Infracommerce está comprando a Synapcom por R$ 1,2 bilhão numa transação que forma uma gigante do chamado full commerce — a montagem da operação de ecommerce ponta a ponta para grandes empresas.
A aquisição une duas empresas que começaram no mercado em 2012 como concorrentes. Com o tempo, a Infracommerce se tornou a líder do B2B; a Synapcom, no B2C.
A aquisição — cinco meses depois do IPO da Infracommerce — faz a Infracommerce dobrar de tamanho e lhe dá a escala necessária para entregar o mesmo nível de serviço de gigantes como Amazon e MercadoLivre.
Com a aquisição da Synapcom, a receita anual recorrente (ARR) da Infracommerce chega a R$ 710 milhões, cerca de 3x a receita total apurada no fim do ano passado. O GMV combinado movimentado pelas duas companhias fica ao redor de R$ 8-9 bilhões.
A Infracommerce está pagando R$ 773 milhões em dinheiro e emitindo 27 milhões de novas ações, deixando os acionistas da Synapcom com 10% da companhia combinada (pós-diluição).
A Synapcom tem uma carteira de mais de 60 clientes, incluindo Samsung, Philips, Hypera, Goodyear e Porto Seguro. Todo o management continuará na operação pelos próximos anos.
Os controladores da Synapcom — que já vinha conversando com bancos sobre um IPO — parecem ter feito a conta de que um IPO no ano eleitoral de 2022 era uma proposta arriscada, e que os benefícios de escala da transação faziam a conta fechar.
Esta é a terceira aquisição de um concorrente feita pela Infracommerce.
Em agosto, o CEO Kai Schoppen pagou R$124 milhões (plus earnout) pela Tatix, uma empresa cuja carteira de clientes inclui 42 marcas como Sky, Mondelez, Uber, Ambev, Reckitt e Vivo. Em janeiro, pouco antes do IPO, comprou a Pier8, uma empresa de operação logística líder no ecommerce.
O IPO da Infracommerce, nos idos de maio, saiu a fórceps. A companhia teve que abrir mão da oferta secundária e fazer uma oferta primária 10% menor. O preço final — R$ 16 — foi um desconto de 27% em relação ao piso da faixa original (R$ 22). Na sexta-feira, o papel fechou a R$ 16,10, praticamente o preço do IPO.
Não houve bancos envolvidos na transação, apenas advogados.
O Mattos Filho assessorou a Infracommerce.
O Stocche Forbes assessorou a Synapcom.
Fonte: Brazil Journal