A embalagem é um fator determinante para a percepção de sustentabilidade na moda. É o que aponta uma pesquisa realizada pela Smurfit Kappa, empresa de embalagens sustentáveis, que ouviu mais de 1 mil consumidores brasileiros. Quase 6 em cada 10 entrevistados afirmam que o uso de materiais recicláveis é um ponto decisivo para decidir se uma grife é, ou não, sustentével.
Para 65% dos entrevistados, o uso de materiais recicláveis nas sacolas é um fator determinante para a compra de uma roupa, diz a pesquisa. “A preocupação das pessoas com o meio ambiente está aumentando e a matéria-prima das embalagens no mercado de moda é um aspecto extremamente importante para a sustentabilidade no setor”, afirma Manuel Alcalá, CEO da Smurfit Kappa no Brasil.
São três os fatores que mais impactam a percepção dos consumidores envolvendo as embalagens: se ela é biodegradável, se pode ser reciclada ou se é feita de materiais reciclados. Outro dado curioso é que metade dos entrevistados afirma que presta atenção nos textos e símbolos presentes no pacote, e tira conclusões a partir dessas informações.
Moda sustentável
A sustentabilidade na moda é um tema que ganha atenção das empresas. Recentemente, a C&A lançou uma coleção feita inteiramente de roupas usadas e sobras de produção. As peças foram confeccionadas a partir do reaproveitamento de peças jeans usadas, que foram recolhidas por meio do Movimento ReCiclo, iniciativa de reciclagem que disponibiliza urnas pela cidade paras as pessoas descartarem roupas velhas.
Foram utilizadas cerca de 2 toneladas de roupas recolhidas para a produção da coleção. O ReCiclo já arrecadou mais de 130 mil peças, totalizando 33 toneladas. Segundo a C&A, o volume reciclado evitou a emissão de 75 toneladas de carbono, o equivalente a 470 árvores plantadas.
A Renner lançou, em agosto, uma nova coleção sustentável com o selo Re jeans, que visa ter 80% dos produtos da marca menos impactantes ao meio ambiente até o final de 2021. Entre as metas da rede, está: ter 80% dos produtos comercializados menos impactantes à natureza, sendo 100% do algodão certificado; suprir 75% do consumo corporativo de energia com fontes renováveis de baixo impacto; reduzir em 20% as emissões de CO2 em relação aos níveis de 2017 e ter toda cadeia nacional e internacional de fornecedores com certificação socioambiental.
“É gratificante saber que as pessoas estão cada vez mais conscientes sobre como a sustentabilidade é essencial no mercado de moda”, afirma Alcalá, da Smurfit Kappa. “Principalmente quando se trata de embalagens, que têm o poder de encantar e conectar as marcas com os clientes.”
Fonte: Exame