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Ambev, Colgate-Palmolive e Suzano querem comprar seu lixo reciclável

Um dos maiores entraves para acelerar a economia circular é a logística. Mais especificamente, a reversa, ou seja, após o consumo. O desafio é engajar os consumidores no processo, fazendo com que devolvam as embalagens vazias para o produtor. Mas, e se as pessoas, ao devolverem os resíduos, ganhassem algum benefício?

Essa é a aposta de Ambev, Colgate-Palmolive e Suzano para destravar o processo. As empresas se uniram à Ambipar no desenvolvimento de uma plataforma que concede créditos a quem descartar materiais reciclados, como vidro, alumínio, papel e embalagens em geral. Os créditos podem ser trocados por bilhetes de transporte público, recargas de celular, descontos em livrarias e na conta de luz (por meio de um programa da distribuidora Enel).

O sistema foi criado pela startup Triciclo, que foi comprada pela Ambipar. A plataforma é automatizada e funciona no sistema drop and go, sem a necessidade de um operador. Para utilizá-lo, é preciso baixar o aplicativo da startup e, por meio dele, ler o QR Code disponibilizado no ecoponto. A plataforma faz a pesagem do material e emite os créditos. O primeiro ecoponto será inaugurado na cidade de São Bernardo, na Grande São Paulo, no dia 4 de outubro.

Ambev e Colgate-Palmolive se comprometeram a ter todo o portfólio de produtos feito de embalagens recicladas, retornáveis ou reutilizáveis até 2025. “Além das nossas iniciativas internas, a parceria com indústrias que tem como objetivo a busca por um futuro mais sustentável junto a sociedade civil tem todo o nosso incentivo”, afirma Nelson Malta, diretor de marketing na Colgate-Palmolive do Brasil.

Para a Ambev, a participação do consumidor é essencial para o desenvolvimento da economia circular, da qual a reciclagem é peça fundamental. “Contamos com diversas iniciativas e ações neste sentido, sempre em parceria com o nosso ecossistema”, diz Nayara Baccan, gerente de sustentabilidade da empresa.

Em agosto, a Ambev investiu na rodada seed de captação de uma startup que detém uma tecnologia regenerativa que possibilita o desenvolvimento de embalagens fabricadas com compostos orgânicos da própria natureza. Um projeto piloto da companhia lançará em outubro deste ano novas embalagens fabricadas com biomaterial em pontos de venda de São Paulo. A ideia é validar a embalagem com os consumidores para produção em escala já em 2022.

A Suzano, por ser uma fabricante de papel para embalagens, tem um interesse adicional nessa tendência. A empresa enxerga oportunidades na substituição do plástico, por exemplo, e investe no desenvolvimento de alternativas, como polímeros produzidos a partir da lignina, um material orgânico extraído da biomassa. “Como uma empresa que tem sua essencialidade a partir de uma matéria-prima renovável, reciclável e biodegradável, temos buscado cada vez mais parcerias com empresas que estejam alinhadas ao nosso direcionador de gerar e compartilhar valor”, diz Fabio Almeida, diretor executivo de papel e embalagens da Suzano.

Fonte: Exame

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