O Fundo Monetário Internacional (FMI) deveria criar um novo instrumento que permita aos países mais ricos canalizar suas reservas recém-criadas do FMI para ajudar um conjunto mais amplo de países a enfrentar a pandemia de covid-19 e as mudanças climáticas, disse uma nova força-tarefa nesta segunda-feira.
Autoridades do FMI vêm tentando há meses conseguir apoio para um novo Fundo de Resiliência e Sustentabilidade (RST) cujos membros possam utilizar para doar ou emprestar sua parte dos 650 bilhões de dólares em Direitos Especiais de Saque (SDR) recém-emitidos para países de baixa e média renda — como uma alternativa ao Fundo para a Redução da Pobreza e o Crescimento, que só pode ser utilizado pelos países mais pobres.
A questão será um tópico importante durante as conversas do FMI no final neste mês, quando os países-membros da organização se reunirão, mas alguns deles têm relutado em apoiar o fundo proposto, argumentando que isso iria além do escopo do FMI.
A Força-Tarefa sobre o Clima e Desenvolvimento e o Fundo Monetário Internacional, lançada nesta segunda-feira, pediu apoio ao novo fundo, dizendo que as ações do credor mundial foram vitais para ajudar os países a lidar melhor com as crescentes consequências da mudança climática.
Os danos em todo o mundo de fenômenos climáticos extremos totalizaram mais de 6 trilhões de dólares nas últimas duas décadas e chegarão a estimados 298 bilhões de dólares somente em 2021, com um único evento climático custando a pequenos Estados insulares cerca de 100% do PIB, disse o relatório.
O consórcio de especialistas, reunido nesta segunda-feira para ajudar os ministros das Finanças do Grupo Intergovernamental dos Vinte e Quatro (G24) e do Grupo Vulnerável dos Vinte (V20), disse que o FMI tem um “papel central a desempenhar na transição para um sistema de baixo carbono e economia global resiliente”.
“O redirecionamento sustentado de novas emissões de SDR para (o RST) poderia formar uma parte essencial do cenário de financiamento do clima e do desenvolvimento em mercados emergentes e países em desenvolvimento”, disseram os especialistas, vindos de instituições como o Centro de Políticas de Desenvolvimento Global da Universidade de Boston, o Consórcio Africano de Investigação Econômica e a Universidade de Pequim.
Fonte: Reuters