A Petrobras (PETR3; PETR4) informou há pouco que elevou o preço médio de venda da gasolina A de 2,78 reais para 2,98 reais por litro, refletindo em uma elevação média de 0,20 centavos por litro.
Foi reajustado para cima também o GLP (gás de cozinha), em 0,26 centavos por kg. O preço médio de venda para as distribuidoras passou de 3,60 reais para 3,86 reais por kg. O gás de cozinha (botijão de 13 kg) sairá das refinarias da estatal custando 50,15 reais para as distribuidoras.
De acordo com o comunidado da empresa, os aumentos entrarão em vigor a partir de amanhã, 9 de outubro.
As ações preferenciais (PETR4) da estatal sobem 2% nesta sexta-feira, dia 8, mas chegaram a disparar para mais de 3% com o anúncio por volta de 12h20. As ações ordinárias (PETR3) sobem perto de 2,3% às 13h.
O preço médio da gasolina em todo o país estava em 6,092 reais na semana encerrada em 26 de setembro. No fim do ano passado, o preço médio estava em 4,517 reais, o que configura um aumento da ordem de 35% neste ano, segundo dados da Agência Nacional do Petróleo (ANP).
Com o novo aumento, a variação esperada para os preços nos postos é de 0,15 reais por litro, segundo a empresa. Isso porque a gasolina vendida ao consumidor é resultado de uma mistura obrigatória de 27% de etanol e 73% de gasolina A. a parcela da Petrobras no preço da gasolina na bomba passará a ser de 2,18 reais por litro em média.
A Petrobras, em comunicado à imprensa, disse que o aumento reflete apenas parte da alta externa. A companhia citou a “elevação nos patamares internacionais de preços de petróleo, impactados pela oferta limitada frente ao crescimento da demanda mundial, e da taxa de câmbio, dado o fortalecimento do dólar em âmbito global”.
As cotações internacionais do petróleo superaram o patamar de 80 dólares o barril do tipo Brent há poucos dias, no maior patamar em três anos; e o dólar está na casa de 5,50 reais em razão de fatores globais e dos riscos associados ao investimento no país, como a fragilidade do quadro fiscal e as incertezas políticas no curto e no médio prazo.
Nos últimos 12 meses até setembro, os preços de combustíveis subiram 42,02% no país, segundo dados do IPCA divulgados nesta manhã pelo IBGE. É uma das principais fontes de pressão sobre a inflação geral, que subiu 1,16% em setembro, abaixo das estimativas de mercado, mas chegou aos dois dígitos em 12 meses, em 10,25%.
Para a Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom), o aumento da gasolina, após 58 dias de estabilidade, não é suficiente para equiparar os preços da Petrobras aos do mercado internacional.
“Com o aumento anunciado, as janelas para importações continuam muito fechadas”, afirmou Sérgio Araújo, presidente da Abicom, entidade que defende um reajuste maior para que consiga ser competitivo no segmento.
Estadão Conteúdo