O mercado ficou agitado na última semana com o anúncio de um negócio no valor de R$ 5,2 bilhões entre o Grupo Pão de Açúcar (GPA) e o Assaí. Este acordo se refere a venda de 71 pontos comerciais da bandeira Extra Hiper (parte do GPA) para o Assaí.
Uma transação desta grandeza traz consigo vários indicadores interessantes sobre o mercado, como neste caso, a crescente aposta na expansão de atacarejos e mercados de bairro e, como consequência, a desistência do modelo de hipermercados. Mas por que isso ocorre?
Em um cenário de recuperação lenta da economia brasileira, as grandes redes de supermercado tiveram que mudar as suas estratégias para continuar atraindo consumidores. Com a queda do poder de compra dos brasileiros, os atacarejos ganharam sentido para as redes supermercadistas,uma vez que os clientes passaram a priorizar preços mais baixos para as compras do mês.
O Carrefour, por exemplo, foi outro que entrou com tudo no ramo do atacarejo. Em 2020, a empresa francesa comprou 30 lojas da rede Makro no Brasil por R$ 1,95 bi e as converteu para a sua bandeira de atacarejo Atacadão.
Já a aposta em mercados de bairro foi intensificada após o início da pandemia, onde se observou o desejo do cliente por comodidade, com a preferência de realizar a suas compras do dia-a-dia em locais menores e mais próximos de sua residência.