A Amazônia emitiu 46 milhões de toneladas de metano por ano entre 2010 e 2018, o equivalente a 8% das emissões totais globais por este gás, das quais 73% são emissões de áreas inundáveis (principal fonte natural de metano), seguidas pelas emissões por queimadas (17% do total) e emissões por fermentação entérica de ruminantes (11% da emissão total).
É o que mostra um estudo liderado pela Dra. Luana S. Basso, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, em colaboração com diversos pesquisadores, publicado na Communications Earth & Environment, que apresentou as emissões de metano a partir de uma base de dados unificada de medidas das concentrações de metano, obtidas por levantamento aéreos em quatro regiões da Amazônia (o noroeste, nordeste, sudoeste e sudeste).
O estudo destaca ainda que as emissões de metano variam nas diferentes regiões, com maiores emissões de queimadas na região leste e sul da Amazônia. A região sul também foi mais impactada por emissões de fermentação entérica de rebanhos. Já as emissões naturais de áreas inundáveis foram até três vezes maiores na região nordeste da Amazônia, porém as causas ainda não são completamente compreendidas.
Nos últimos anos houve um rápido aumento de sua concentração na atmosfera e, apesar de todos os esforços da comunidade científica para entender as razões para este aumento, elas permanecem incertas. Neste contexto, foi assinado na COP26 o Acordo para a Redução das Emissões por metano, onde os países signatários, incluindo o Brasil, se comprometeram a unir esforços para reduzir em até 30% as emissões globais de metano até 2030.
Embora as estimativas reportadas neste estudo mostrem a Amazônia como uma importante fonte de metano (8% do total global), não foi observada mudança significativa nas emissões durante o período estudado, indicando que a Amazônia não está contribuindo significativamente para o aumento observado durante este período.
Fonte: Exame