O cenário para as organizações sem fins lucrativos não é dos mais otimistas quanto a arrecadação de dinheiro. Para contornar esta realidade surgiu uma nova estratégia para dar continuidade ao negócio: M&As sociais.
A Liga Solidária, organização social paulista com foco em educação e cidadania, acredita que essa estratégia pode ser útil também para o terceiro setor. Neste mês, a ONG anunciou que adicionaria outra organização ao seu portfólio, a Creche Natividade Irmãs, que atende a mais de 100 crianças. Esta é a segunda aquisição da ONG, que se fundiu com o Projeto Casulo em 2020, uma organização social que reúne três projetos voltados para crianças e jovens. No total, esta organização não governamental presta serviços a 13.000 crianças.
Como fator de diferenciação no mercado de Fusões e Aquisições societárias, o objetivo principal das Fusões e Aquisições sociais não é o retorno financeiro, nem envolve a distribuição de lucros entre os acionistas – nem envolve transações de valor específico. Rosalu Queiroz, presidente da Liga Solidária, disse: “O objetivo é manter essas organizações em risco de fracasso.”
Com a pandemia, as organizações que usam atividades presenciais para coletar recursos como modelo principal têm dificuldade em manter seus contas atualizadas. “Esta é uma aquisição social que estamos a fazer e que tem como missão manter o serviço a funcionar devido ao risco de interrupção”.
No caso da Liga Solidária, o valor da inscrição será calculado com base no valor gasto pela ONG com cada criança da creche. Segundo Queiroz, a média gira em torno de 927 reais.
Após a incorporação, a estrutura da creche não será alterada e seus 18 funcionários permanecerão os mesmos.
Essa decisão faz parte de uma agenda ESG mais ampla (sigla para boas práticas sociais, ambientais e de governança). Ao reter funcionários que já entendem as atividades diárias da organização, a aliança terá a oportunidade de usar centenas de anos de experiência para trazer melhorias de governança, gestão e gestão financeira para novos membros, mantendo sua estrutura original. “As fusões e aquisições sociais também são uma forma de disseminar conhecimento, trazer melhores práticas e aumentar a transparência”, afirmou.
“Sabemos que a demanda é grande, mas hoje não há nenhuma instituição no mercado que tenha capacidade de administrar com eficiência.” Ela disse que agilizar a realização dos projetos sociais é outra vantagem.
Queiroz acredita que as ONGs devem se comprometer com mudanças regulares de governança, e o resultado esperado com a recente constituição é ver outras organizações adotando fusões e aquisições sociais, que podem ampliar o impacto no setor privado.
“Percebemos que é difícil para as empresas estabelecerem certos laços com a comunidade. Ao se registrar, criamos um ambiente mais confiável e próspero para que elas atinjam esse objetivo. Nesse compromisso ESG, a sociedade é o mais difícil. Queremos nos tornar ESG S “, ele disse.
Hoje, a organização financeira da Aliança Solidária é baseada no modelo de convênios. Essa organização não governamental colabora com a cidade de São Paulo na destinação de recursos para seus projetos coordenados. Do orçamento anual de 1,3 milhão de reais, 700 mil reais são alocados pelo governo municipal, sendo o restante proveniente da receita de gestão de escolas, duas casas de repouso e aluguel de imóveis, respondendo por 92% do total dos recursos. Organização não governamental. O restante vem de fundações e parceiros corporativos como Fundação Itaú, Fundação Mapfre, Mondelez e Samsung.
“Dentro das nossas capacidades, estamos sempre abertos a novas empresas”, disse Queiroz sobre as perspectivas da nova empresa nos próximos meses.
*com informações de Exame Invest