“Temos um conselho muito diversificado, há diversidade de gênero, diversidade étnica, diversidade racial. A única falha fatal é que somos todos advogados”, Tamara Box, sócia-gerente da Reed Smith para a Europa e Oriente Médio.
O grupo chamado Independent Strategic Advisory Board é o primeiro conselho consultivo externo de um escritório de advocacia listado entre as 100 maiores bancas dos Estados Unidos, o Reed Smith, com receita na ordem de 1,3 bilhão de dólares e 1.616 advogados. Segundo o Global 200, o escritório ocupa a 33° posição no mundo.
O conselho consultivo externo é composto por três executivos de negócios para orientar a empresa internacional na estratégia, são eles o ex-vice-presidente global da EY Beth Brooke, o investidor de capital de risco Shuo Chen e a consultora estratégica corporativa de longa data Elissa Grey. Os três se reportarão diretamente ao sócio-gerente global da Reed Smith, Sandy Thomas, e trabalharão em estreita colaboração com o restante da alta administração da empresa.
“Isso remonta à nossa forte crença de que conseguimos melhores tomadas de decisão de diversas equipes. Temos um conselho muito diversificado – há diversidade de gênero, diversidade étnica, diversidade racial. A única falha fatal é que somos todos advogados. Estávamos pensando em como obter perspectivas mais diversas, não apenas na sala do conselho, mas na estratégia”, afirmou Tamara Box, sócia-gerente da Reed Smith para a Europa e Oriente Médio sobre a iniciativa.
O movimento dos escritórios de advocacia na contratação de diretores independentes, não advogados, para participarem de conselhos, identificado no Reino Unido, tem origem no aumento da supervisão regulatória e motivação no modelo adotado pelas Big 4. A decisão do Reed Smith chama atenção porque muitas bancas contratam uma única pessoa com assento nos Comitês Executivos e o escritório optou por três profissionais. “Achamos que apenas uma voz não seria suficiente”, afirmou Box.
Ela chamou a solução de identificar três consultores externos para orientar o conselho de “um meio-termo”, observando que eles podem ajudar a orientar e desafiar a liderança da empresa nas questões mais estratégicas, mas não precisam “entrar no mato”. com eles.
Segundo reportagem do jornalista Dan Packel, do site Law.com, o Reed Smith contratou a plataforma de recrutamento Nurole para realizar uma pesquisa, e a empresa recebeu centenas de inscrições, antes de reduzir o campo para uma lista bastante grande e, finalmente, chegar às três opções de conselheiros.
Mesmo que pareça pouco convencional contratar uma empresa de headhunting para a contratação de conselheiros, a Nurole foi a escolha acertada por se tratar de uma empresa especializada nesse tipo de demanda, ou como se autodefine, “A Nurole descobre candidatos que se encaixam perfeitamente, mas voam sob o radar da pesquisa tradicional”.
O consultor de escritórios de advocacia Patrick McKenna, o primeiro não americano e não advogado a atuar como diretor externo em um escritório da lista das 100 maiores bancas dos Estados Unidos, enfatizou que a adição de consultores externos provavelmente ajudaria os escritórios de advocacia a expandir o que ele denomina como diversidade cognitiva.
Ele está otimista de que outras bancas possam seguir o exemplo do Reed Smith e que, em última análise, procurarem integrar os observadores externos com mais firmeza nas estrutura de tomada de decisão.
“O próximo passo seria fazer a transição, depois que o conselho se sentir confortável, tornando-os uma parte natural de suas reuniões mensais. Então estamos falando de uma conquista significativa”, empolga-se McKenna.
Os conselheiros do Reed Smith serão remunerados e o escritório pretende que o trio se reúna um pouco mais do que trimestralmente, ingressando no comitê executivo cerca de quatro vezes por ano, e também passe algum tempo com a parceria mais ampla da empresa, potencialmente no encontro dos sócios na primavera.