Se concretizada, esta será a primeira privatização de uma empresa estadual de saneamento no país
A Companhia Riograndense de Saneamento (Corsan) está focada em fazer sua oferta inicial pública de ações (IPO, na sigla em inglês) em julho e ainda não fala em “plano B”, afirma o presidente da estatal, Roberto Barbuti. A empresa confirmou na semana passada o adiamento da oferta, que inicialmente havia sido programada para fevereiro. Os termos do IPO foram mantidos.
Se concretizada, esta será a primeira privatização de uma empresa estadual de saneamento no país. Porém, no mercado, a percepção é que o calendário eleitoral afetará o processo.
“Esta é uma definição conjunta entre companhia e acionista controlador. Na semana passada, o governador atualizou a visão sobre o tema e deixou claro que não há mudança de rumo em relação ao projeto. Tudo o que foi planejado é aderente ao que estamos verificando, que é o objetivo de colocar a Corsan em rota de sustentabilidade e protagonismo”, afirmou o executivo, em teleconferência sobre os resultados do quatro trimestre.
“Solicitamos a prorrogação e reportamos a posição do acionista de perseguir a janela de julho. É nosso objetivo. Estamos trabalhando para isso. Não gostaria de falar em plano B, porque estamos focados no plano A. Sempre tem algum grau de risco, isso está mapeado, mas é bastante importante o foco de entrega dentro desse prazo”, completou.
Para a privatização, a Corsan firmou aditivos para prorrogar o prazo de seus contratos até 2062. Dos 307 municípios elegíveis à extensão, 74 aceitaram os termos — que só valerão caso a privatização se confirme. Com isso, o prazo médio ponderado dos contratos da empresa passou a 29,7 anos.
Barbuti também destacou a recente aprovação da Corsan no processo de avaliação da capacidade econômico-financeira feita pela Agência Estadual de Regulação dos Serviços Públicos Delegados do Rio Grande do Sul. Segundo ele, a empresa foi aprovada tanto na análise presumida (que se aplica às empresas em processo de privatização), quanto na ordinária. O processo faz parte das exigências da nova lei do saneamento.
Fonte: Valor