A comparação da região do Pantanal entre 1985 e 2020 não é animadora, segundo uma análise da MapBiomas realizada a pedido da Globo para a preparação da equipe de produção da novela Pantanal e entendimento de como o ecossistema foi modificado entre a primeira versão e o remake do clássico homônimo.
A análise levou em conta queimadas, desmatamento, falta de água e concluiu que o bioma perdeu 12% da cobertura de vegetação nativa nas últimas três décadas, uma área equivalente a 12 vezes o tamanho da cidade de São Paulo.
O Pantanal é, proporcionalmente, o bioma que mais queimou no Brasil em 36 anos e, dos 10 estados brasileiros que mais sofreram com queimadas até 2020, Mato Grosso é o que apresentou maior ocorrência de fogo, com 389.014 km² de área devastada pelas chamas.
O conteúdo ainda aponta que agosto, setembro e outubro são os meses mais críticos e cerca de 67% da área afetada pelo fogo foi queimada mais de uma vez em 36 anos. Quando considerada a Bacia do Alto Pantanal, a perda chegou a 21%, uma área 1,3 vezes maior que o estado do Rio de Janeiro.
O Rio Taquari, que tem suas nascentes no Planalto, mudou seu curso em menos de 30 anos, abandonando mais de 150 km de leito seco. A análise ainda mostrou que a primeira cheia aconteceu em 1988 e a última, em 2018. A região também perdeu 74% da superfície média de água entre 1990 e 2020.
Produção da novela Pantanal
O time da novela que viajou para o centro-oeste participou de um workshop sobre o bioma da localidade. Foi desenvolvida uma cartilha, com o apoio técnico do Instituo Akatu e de Tasso Azevedo, engenheiro Florestal e consultor Ambiental, com o intuito de gerar consciência sobre o impacto gerado na região e oferecer alternativas mais sustentáveis e inclusivas. A Cartilha Produções Verdes – Pantanal conta com orientações como os cuidados na escolha dos fornecedores, atenção à economia local e o que poderia ser levado para o destino de gravações.
A Globo também apostou em um projeto piloto de produção verde, que será expandido para outros programas. O projeto busca acompanhar o desempenho em sustentabilidade da produção a partir de diversos indicadores, que abrangem os fornecedores envolvidos na obra e, assim, promover melhorias constantes nos processos de futuras produções.
Dentre os indicadores que estão sendo monitorados estão otimizações de viagens e transportes, redução na utilização de geradores, processos de reciclagem e logística reversa dos resíduos, diminuição do uso de plásticos e impressões, coleta seletiva e economia circular, privilegiando os produtos e serviços de empreendedores locais.
Fonte: Exame