Segundo o DJ Chico Alves, pop e sertanejo vão continuar dominando. Mas para empresária Stephanie Garcia, jovens tem gostos diferentes.
O ano de 2022 vai ser lembrado como o ano da volta à normalidade após a pandemia de coronavírus (Covid-19).
Com o fim das restrições, a vida social não apenas está retomando seus ritmos, como está conhecendo um aumento da intensidade.
A chegada da variante ômicron acabou atrasando a volta para o entretenimento noturno, mas essa última onda de coronavírus parece já ter passado.
E agora bares e baladas estão cada vez mais cheios, já que as pessoas querem recuperar o tempo perdido por dois anos de limitações.
Segundo a mais recente “Pesquisa Global de Entretenimento e Mídia“, da empresa de consultoria e auditoria PwC, o setor de entretenimento no Brasil vai alcançar US$ 40,7 bilhões (cerca de R$ 220 bilhões).
O setor voltou a crescer e deveria manter um ritmo de alta de 2,47% até, pelo menos, 2024.
Agora que o ano começou “de verdade”, com direito a Carnaval fora de época no final de abril, os profissionais do setor de entretenimento estão se perguntando qual vai ser o ritmo musical que vai ditar regras em 2022.
Pop e sertanejo
Para o DJ Chico Alves, residente do Night Sessions da Rádio Energia 97.7 FM de São Paulo e no Sea Club de Ilhabela, a tendência para 2022 no Brasil é a continuação do domínio do pop, principalmente do pop nacional.
“O estilo da Anitta, que é a rainha pop brasileira, mas também um pouco puxado para o sertanejo, que é o mais ouvido pelas massas. Essas vão ser as tendências para 2022″, explica Alves em entrevista à EXAME.
Segundo ele, no Brasil está se criando uma mistura musical difícil de se catalogar, mas que está dominando especialmente entre os mais jovens.
“São músicas que as vezes tem eletrônica. As vezes tem uma voz regguae. As vezes é puxado para o reggaeton. Algo bastante comercial que está fazendo sucesso por conta de TikTok e de vídeos do YouTube. É uma tendência mundial”, explica Alves.
Sobre qual vai ser a música que vai marcar 2022, Alves tem poucas dúvidas.
“Vai ser Envolver da Anitta. Isso comercialmente falando. Não significa que eu goste da música como profissional do setor com 25 anos de experiência”, brinca.
Segundo o DJ, o mais recente sucesso da Anitta entra em uma tendência de alta da música latina no Brasil.
“O pessoal começa a pedir muita música latina em rádios e baladas. Até na música eletrônica há uma tendência a pedir músicas com refrão em espanhol”, explica Alves.
Trap e rap
Entretanto, os profissionais mais jovens dos setor de entretenimento tem outra opinião.
A jovem empresária Stephanie Garcia aposta suas fichas no trap e no rap.
Com apenas 20 anos, Garcia trabalha com diversos artistas na própria empresa, a Elenko Music, que conta com uma pluralidade de participantes, cada um com seu estilo e gênero musical.
Entre eles estão: Vulgo FK, Kay Black, Dank e Mestre Dane.
“Entre os mais jovens esse ano é o momento do trap e do rap”, diz Garcia.
A empresária, que ainda está terminando o curso de publicidade, consegue ter um “termômetro” dos gostos dessa faixa etária graças aos colegas de faculdade.
“Todo o mundo quer ir em baladas de trap, ou também em locais onde toca rap. São os mais descolados no momento. Principalmente em locais alternativos no centro das grandes cidades, como São Paulo”, salienta ela.
O trap é um subgênero do rap que se originou na década de 2000 com DJ Paul em Atlanta, no sul dos Estados Unidos. Mas só chegou a fazer sucesso em meados de 2007 e mais de uma década depois continua crescendo.
Fonte: Exame