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“Executivas deveriam mentorar pelo menos uma mulher por ano”

No final do primeiro dia do Brazil at Silicon Valley, que teve início ontem em Mountain View, na Califórnia, os organizadores decidiram lidar com o elefante na sala e admitir que 99% dos participantes ali presentes eram homens brancos. Segundo eles, medidas estão sendo tomadas para melhorar a representatividade das próximas edições.

Para criar uma discussão qualificada sobre equidade de gênero, foram chamadas para o palco mulheres espetaculares, que já seriam “role models” apenas por terem carreiras bem-sucedidas em uma das áreas mais machistas do mercado. Mas elas foram além, construindo modelos de mentoria para meninas que sonham em completar seus estudos em STEM (Ciência, Tecnologia, Engenharia e Matemática, na sigla em inglês).

“Todas as empresárias e executivas deveriam mentorar pelo menos uma mulher por ano. Isso mudaria as coisas”, disse Agnieszka Hryniewicz-Bieniek, diretora global do Google for Startups, em entrevista a Época NEGÓCIOS. “Tenho feito isso por anos, não só no Google, mas nas minhas empresas anteriores. Percebi o quanto é importante. Primeiro, porque as mulheres precisam ver suas iguais no poder, para aumentar sua autoconfiança de maneira muito rápida. Em segundo lugar, porque só uma mulher terá o entendimento do que exatamente é exigido de uma empreendedora ou profissional, de uma maneira muito diferente do que é pedido do homem.”

Quando uma mulher se candidata ao emprego, acredita que precisa preencher 100% dos requisitos para conseguir a vaga, segundo o Informe de Percepção de Gênero, divulgado pelo LinkedIn. A maior parte dos homens, contudo, arrisca com apenas 60% do que é pedido. “As mulheres perdem muitas oportunidades, apenas por criarem exigências muito altas para si mesmas. Por isso, acho que outras profissionais, ao contarem suas experiências bem-sucedidas, podem dar o tipo de insight certo para as jovens e mudar seu mindset na hora de procurar um emprego – ou empreender, ou se conectar a outras profissionais”, diz Agnieszka.

Ao contrário de algumas ativistas da equidade, que defendem um networking mais diverso, a diretora global do Google for Startups acredita que a criação de uma rede de relacionamentos focada apenas no sexo feminino pode ser muito benéfica para quem está começando. “Porque você entende que há outras pessoas passando exatamente pelas mesmas dificuldades que você. E porque muitas fundadoras escolhem um rumo parecido dentro da tecnologia: empresas ligadas à saúde das próprias mulheres, ou questões sociais ligadas à família e às comunidades. São áreas normalmente ignoradas pelos homens, embora tenham ótimas oportunidades de inovação e escala. Desde que a mulher faça o networking, entre em contato com outras empresas da área que já conseguiram aporte. Só assim vai conseguir ter acesso a capital – algo que também é historicamente difícil para elas.”

Agnieszka também contesta a percepção de que negócios femininos não seriam atraentes o bastante para os investidores. “Em todos os programas dedicados a fundadoras no Google, sempre fico surpresa ao perceber a quantidade de negócios extremamente sofisticados criados por mulheres. O problema é que ninguém fica sabendo sobre eles, porque ainda estão no early stage e não são parte de nenhuma rede. Por isso, ficam invisíveis. Meu trabalho é dar a essas mulheres visibilidade e acesso.”

Em seu trabalho no Google for Startups, ela também tenta incutir nos fundadores (homens e mulheres) a necessidade de contratar um time diverso, e dar preferência para grupos pouco representados. “Nós não colaboramos apenas com capital para as empresas, nós criamos sessões para instruir as startups sobre contratações e diversidade, por exemplo. Por essa razão, startups que fazem parte do nosso portfólio costumam ter equipes mais equilibradas.”

Mais mulheres na mídia, que sirvam como modelo para as que estão começando: essa também seria parte da solução, diz a diretora do Google for Startups. “Precisamos levar mais mulheres para a mídia, em todos os lugares. É fundamental que suas vozes sejam ouvidas: isso começa nas escolas e vai até os conselhos administrativos das empresas. É essa mudança que quero ajudar a fazer”, completa.

Fonte: Época Negócios

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