O TC (TRAD3) está sob investigação por uma suposta manipulação de cotação de ações. A apuração está sendo feita pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e pelo BSM, ambas entidades de autorregulação dos mercados de capitais. A informação foi revelada pelo colunista Lauro Jardim, do jornal O Globo, nesta quinta (30).
Vale lembrar que a investigação sobre o TC não foi comunicada oficialmente por nenhuma das duas entidades.
Após a publicação da notícia, as ações do TC são negociadas a cerca de R$ 5,12 na bolsa de valores hoje – cotação que representa uma baixa de 22% no intradia.
O TC, também conhecido como Traders Club, emitiu um comunicado ao mercado na CVM após a veiculação da notícia, alegando “que não procede a notícia veiculada pelo jornal”.
“A companhia não recebeu qualquer notificação pelos respectivos órgãos e tão pouco foi contatada previamente pelo autor para confirmações e/ou respostas por parte do TC”, diz o comunicado da companhia.
“A companhia reforça ainda que preza pela isonomia de informações e pelo cumprimento dos mais altos padrões de governança corporativa“, segue o documento, assinado pelo diretor de Relações com Investidores (RI) do TC.
A reportagem procurou a CVM e o BSM para comentar o tema. A CVM alegou que “acompanha e analisa informações e movimentações no âmbito do mercado de valores mobiliários brasileiro, tomando as medidas cabíveis, sempre que necessário”, e citou que não comenta casos específicos.
O BSM, até a publicação desta notícia, não respondeu ao pedido de pronunciamento.
Em meio ao imbróglio com as instituições oficiais, também circula um vídeo nas redes sociais acerca do tema. A gravação fala sobre a investigação por parte da CVM.
Entenda do que o TC está sendo supostamente acusado
A acusação de manipulação de preços de ativos é conhecida como spoofing, uma prática fraudulenta que é realizada principalmente pelos grandes investidores institucionais com ajuda de algoritmos e negociação de alta frequência.
Ou seja, o Spoofing é uma espécie de “blefe” que manipula os preços das ações na Bolsa de Valores.
Os grandes investidores utilizam os algoritmos e outras ferramentas para dispararem ordens de compra e venda, pressionando o preço dos ativos para cima ou para baixo.
No fim das contas, tratam-se de ofertas artificiais sem o propósito de fechar negócios; ordens de compra com a intenção de gerar falsa pressão compradora ou vendedora.
Esse tipo de prática é adotada para que os demais investidores sejam influenciados e o fraudador consiga preços mais vantajosos na hora da compra ou venda.
Ou seja, as investigações – como a que supostamente mira o TC – são feitas para identificar se as negociações feitas estão dentro do regramento ou estão fora da lei, quando trata-se de crime de manipulação do mercado.
TC responde em nota
Leia a íntegra do comunicado oficial do TC sobre o caso:
“O TC Traders Club informa aos seus acionistas e aos demais interessados que não procede a notícia sobre investigações de órgãos reguladores de mercado. A companhia não recebeu qualquer notificação pelos respectivos órgãos e tampouco foi contatada previamente pelo autor para confirmações e/ou respostas por parte do TC. A companhia reforça ainda que preza pela isonomia de informações e pelo cumprimento dos mais altos padrões de governança corporativa. Por fim, o TC informa que qualquer informação relevante será divulgada ao mercado imediatamente, em linha com as normas da CVM e Regulamento do Novo Mercado.”
Fonte: Suno