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Bolsa ruma ao pior trimestre desde o início da pandemia

PEC Kamikaze agrava contexto para investimentos já prejudicados por crise global

O mercado de ações do Brasil deverá fechar junho com a maior queda trimestral desde o início da pandemia de Covid-19. O tombo acompanha a baixa no exterior, mas também é agravado pelo cenário político doméstico, com o presidente Jair Bolsonaro (PL) buscando melhorar suas chances de reeleição por meio da ampliação de gastos públicos.

Em discussão no Congresso, a PEC (Proposta de Emenda Constitucional) 1, apelidada PEC Kamikaze, prevê a liberação de gastos do governo federal e a criação de novos benefícios sociais. Esse tipo de medida é temida por investidores em ano eleitoral pois aumenta o risco de prejuízo à execução futura do Orçamento. É o que o mercado costuma chamar de risco fiscal.

Às 11h39 desta quinta-feira (30), o indicador de referência da Bolsa de Valores brasileira caía 1,69%, a 97.932 pontos. Caso encerre a sessão nesse patamar, o Ibovespa recuará cerca de 18% no fechamento do segundo trimestre de 2022. Isso levaria o índice ao pior resultado desde o mergulho de 36,86% apurado no fechamento do primeiro trimestre de 2020.

Dólar pode ter maior alta mensal desde março de 2020

O dólar comercial à vista era negociado com valorização de 0,90%, cotado a R$ 5,2370 na venda. A moeda americana poderá ter o maior ganho mensal desde março de 2020.

O salto em junho deste ano deverá ser de quase 9%, enquanto a alta no mês marcado pelo início da pandemia foi de 16%, segundo cálculos preliminares da agência Reuters.

Apesar do prejuízo causado pela disputa eleitoral brasileira aos investimentos na Bolsa, é o contexto internacional o principal responsável pela queda generalizada do mercado de ações e do fortalecimento do dólar.

Nos Estados Unidos, o S&P 500 também deverá fechar o trimestre com um tombo perto dos 18% e, assim como o Ibovespa, o principal índice da Bolsa de Nova York terá o seu pior resultado desde a queda de 20% no início da pandemia.

Para enfrentar a maior inflação em quatro décadas, o Fed (Federal Reserve, o banco central americano) vem acelerando a escalada dos juros no país, ampliando temores de que esse aperto ao crédito poderá provocar recessão no país, prejudicando toda a economia mundial.

Antônio Sanches, analista da Rico Investimentos, afirma que o mercado opera atento nesta quinta à reação à leitura final do resultado do PIB do primeiro trimestre dos Estados Unidos, cujo pequeno movimento para baixo, em relação à leitura anterior, já suscita mais temores sobre uma recessão adiante.

No Brasil, segundo Sanches, a tentativa de mudança constitucional para elevar despesas do governo em quase R$ 40 bilhões neste ano, todas fora do teto de gastos, concentrará as atenções.

“Em resumo, mais um dia de volatilidade marcado pela aversão ao risco internacional, e por um cenário doméstico marcado por ganhos de curto prazo com maiores estímulos à economia, de um lado, e aumento do risco fiscal, do outro”, comentou o analista.

Na véspera, o Ibovespa manteve a tendência negativa observada na véspera e marcou desvalorização de 0,96%, aos 99.621 pontos. O índice doméstico foi pressionado pelas quedas das ações dos grandes bancos e da Vale e da Petrobras.

Fonte: Folha

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