A expectativa do brechó de luxo Cansei Vendi, fundado por Leilane Sabatini, é fechar o ano com faturamento de R$ 13 milhões. A ideia para montar a unidade veio quando ela estava na UTI
A ideia de abrir uma loja física para o brechó de marcas de luxo Cansei Vendi, surgiu quando a empresária Leilane Sabatini estava internada na UTI para tratar um problema de saúde pós-covid. O plano ambicioso demorou um pouco a ser aceito pelos sócios e investidores, já que a empresa funciona há nove anos no ambiente digital, tendo começado no Instagram em 2013. Aberta em janeiro deste ano, a loja física tem feito sucesso entre os clientes. O faturamento do primeiro semestre da Cansei Vendi foi de R$ 6 milhões, e a empresa espera fechar 2022 com R$ 13 milhões.
“Fiquei trancada dentro de casa por um ano. No hospital, comecei a pensar que as pessoas, no pós-pandemia, iriam querer a experiência física. As pessoas querem ver o produto do brechó fisicamente, como está sua aparência, experimentar a peça, porque é única”, conta Leilane Sabatini, fundadora da Cansei Vendi.
Com acervo de 10 mil itens no site, a loja da Cansei Vendi – que fica em São Paulo – tem 70 peças que são trocadas a cada duas semanas. Os itens expostos são escolhidos pela Cansei Vendi com base na estação do ano e no sucesso no site.
“Mesmo na loja física, há um telão onde o cliente pode ver a loja online, comprar ou pedir para o produto vir pra loja, agendando a experimentação. A loja física virou um case para o segmento, e os clientes gostaram. A prova disso foi que a captação de produtos e as vendas têm crescido exponencialmente”, afirma a empresária.
Segundo a empresária, a característica do negócio que gera a fidelização dos clientes é a garantia de autenticidade. A empresa tem uma equipe que avalia as roupas e acessórios que chegam ao brechó, fazendo uma triagem sobre o estado dos produtos e se eles são originais ou falsificados. Em caso de dúvidas, a equipe Cansei Vendi envia fotos de alta resolução para uma consultoria nos Estados Unidos.
“Ouço clientes dizerem: ‘Chanel eu só compro com vocês’. Nosso processo de avaliação é muito sério. A quantidade de produtos falsos que chegam para nós é muito pequena, menos de 3%. Isso porque temos um contrato de consignação, em que responsabilizamos o seller por isso. Uma taxa é cobrada de quem envia produto falso para nós.” Sabatini conta que, nesses casos, mesmo o potencial vendedor tem uma surpresa ao saber que o produto que tinha era uma réplica.
No modelo de consignação da Cansei Vendi, a empresa fica com 45% de comissão para peças de até R$ 1,5 mil e 35% de comissão para peças acima de R$ 1,5 mil.
De acordo com Leilane Sabatini, a Cansei Vendi surfa um momento de consumo consciente, tendência que surgiu na pandemia. “O mercado está mais maduro, nosso negócio também. Na pandemia, começamos a falar mais de segunda mão. E a empresa cresceu 200% com relação ao ano passado, estamos faturando R$ 1 milhão por mês”, afirma.
O próximo passo da Cansei Vendi é abrir mais uma loja física, desta vez, no Rio de Janeiro. “O Rio é o nosso segundo maior mercado. Pretendemos abrir no ano que vem. Não temos um ponto ainda, mas é o nosso planejamento. O Rio tem um mercado forte de luxo, mas o tipo de produto é diferente, com cores mais vivas, modelagem mais ousada, com estampas. É um perfil diferente de São Paulo”, explica.
Fonte: Revista PEGN