Aberta numa garagem, em 2014, a gaúcha Razor Computadores tem como público-alvo os profissionais que mexem em softwares pesados, capazes de travar um PC comum
Moradores de Passo Fundo, cidade de 206.000 habitantes no norte gaúcho, os irmãos Grégory e André Reichert montaram um negócio na garagem de casa há oito anos.
Hoje, estão à frente de uma empresa avaliada em 52 milhões de reais e com grandes clientes como Petrobras, Itaú, Instituto Butantan, Universidade de São Paulo, SAP e Globo.
Os irmãos Reichert são sócios da Razor Computadores, uma revendedora de computadores desktops e laptops do tipo alta performance.
O que faz a Razor
A grosso modo, a categoria alta performance engloba máquinas com processadores com potência bem acima do usual em computadores de trabalho.
Os compradores desse tipo de aparelho são profissionais da economia criativa como:
- arquitetos
- designers
- ilustradores
- desenvolvedores de softwares
Eles costumam trabalhar com softwares para renderização de imagens, montagem de animação, exploração de big data e inteligência artificial e outras aplicações capazes de travar um PC convencional.
De onde veio a ideia
A ideia do negócio veio de um percalço enfrentado por André, na época focado na carreira de arquiteto e sem muitas opções de computadores capazes de rodar bem softwares como AutoCAD, para desenho de construções.
O irmão Grégory, formado em engenharia e análise de sistemas, na ocasião já fazia bicos com assistência técnica de computadores e acudiu André montando uma máquina com as características devidas para a profissão.
“Ao montar aquela máquina, vimos como era difícil para um leigo navegar num cenário de milhares de fornecedores e de opções de componentes”, diz Grégory. “Foi aí que decidi empreender.”
Assim como muitos negócios do Vale do Silício, a Razor nasce na garagem de Grégory, então com 19 anos, e com os recursos oriundos da venda de um veículo Passat.
Três anos depois, o irmão André investe 5.000 reais em economias para virar sócio da empresa.
O modelo de negócio
De lá para cá, a Razor cresceu tendo uma venda consultiva como um dos principais diferenciais.
Via de regra a Razor compra peças no Brasil ou em fornecedores estrangeiros e, então, monta os hardwares numa fábrica própria em Passo Fundo sob demanda dos clientes.
Não há loja física (as vendas são 100% online) e a Razor despacha os equipamentos para todo o Brasil — e para fora também, caso necessário.
Atualmente, 70% das vendas são para empresas com muitos profissionais da economia criativa entre os funcionários. O restante vai para free-lancers.
O tíquete médio fica entre 20.000 e 30.000 reais por máquina. “Mas já foram vendidos equipamentos de 290.000 reais e já foram orçadas máquinas de mais de 800.000 reais”, diz André.
Em 2022, a Razor deve faturar 40 milhões de reais, o dobro do ano passado.
A pandemia colaborou com o crescimento. Com mais gente trabalhando de casa, e perdendo o medo de comprar itens bastante específicos pela internet, como computadores de alta performance, o modelo de venda online implantado pela Razor desde 2014 deslanchou.
“Para os próximos quatro anos, esperamos crescer dez vezes”, diz Grégory.
Boa parte da expansão futura deve vir da venda de laptops, agregados ao portfólio da Razor nos últimos meses.
Fonte: Exame