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VTEX tira do papel projeto para conquistar a América

Mariano Gomide, fundador da startup que recebeu R$ 580 milhões de Softbank, Armínio Fraga e Florian Bartunek, vai trocar Londres por Nova York. O motivo? Montar uma estrutura para ganhar mercado nos EUA

Foto do VTEX DAY, do ano passado passado. Neste ano, evento foi adiado para setembro por conta da Covid-19

No segundo semestre de 2020, o empreendedor Mariano Gomide, um dos fundadores da plataforma online de comércio eletrônico VTEX, vai pegar um avião de Londres, onde vive atualmente, para Nova York.

É um bilhete só de ida. Ele deixará a capital inglesa para se mudar para a Big Apple e colocar em andamento uma das estratégias mais importantes da história da VTEX, empresa que ele fundou em 2000, com Geraldo Thomaz: o sonho de conquistar a América.

Não se trata de uma loucura. Em meio a uma pandemia, que está paralisando a economia global, a companhia está colocando em marcha um projeto ambicioso. E acredita que nem mesmo o coronavírus pode frear a entrada no mercado americano.

Há várias razões que dão suporte ao projeto. A primeira delas é que a VTEX está capitalizada, depois de um aporte, em novembro do ano passado, de R$ 580 milhões, liderado pelo Softbank e com a participação da Gávea Investimentos, do ex-presidente do Banco Central, Armínio Fraga, e da Constellation Asset Management, de Florian Bartunek.

O segundo é que a crise do coronovírus é uma oportunidade para as companhias que fornecem soluções de comércio eletrônico, como é o caso da VTEX. No meio desse caos, o varejo online deve sair fortalecido.

A VTEX já tinha uma operação relevante fora do Brasil. A empresa contava com 15 escritórios internacionais e mantinha presença nos Estados Unidos, Inglaterra, Itália, Espanha, Romênia e todos os países da América Latina. “Hoje, 52% das nossas vendas são para fora do Brasil”, disse, na ocasião do aporte, Gomide, ao NeoFeed.

Apesar de ter um escritório em Miami, que dá suporte aos contratos que a empresa mantinha com algumas empresas dos EUA, Gomide acredita que é preciso ter uma presença mais forte nos Estados Unidos. Sua crença é compartilhada por executivos do Brasil.

“Se eu ganhar de 2% a 3% de participação no mercado nos Estados Unidos, eu dobro o meu faturamento”, diz Rafael Forte, gerente-geral da operação brasileira da VTEX, que acompanha essa nova estratégia da companhia, que faturou R$ 250 milhões no ano passado.

Atualmente, a VTEX conta com 2,5 mil clientes em 28 países. A lista inclui nomes como Boticário, Whirlpool, Electrolux, Sony, Walmart, L´Oréal, Coca-Cola, Nestlé e Motorola. Eles são clientes do que a VTEX chama de plataforma de comércio unificado, que faz a interação online do consumidor nos diversos pontos de contato, desde a venda em um e-commerce ou marketplace até o pós-venda em um SAC.

Boa parte desses clientes, no entanto, são conquistados no Brasil. Depois, alguns dos contratos são estendidos para outros países. Por esse motivo, a conquista da América é estratégica na ambição global da VTEX. Ela é o primeiro passo para ampliar a presença em outros territórios. “Só se avançarmos nos Estados Unidos, podemos pensar em ir para a Ásia”, afirma Forte.

O plano envolve também montar um time com executivos com experiência no mercado americano. Em especial, de profissionais que tenham atuado em grandes companhias da área, como a Oracle.

Neste momento, a companhia negocia a contratação de executivos para atuar como “chief strategist officer” e “chief sales officer”. Os dois se reportarão diretamente a Gomide, o CEO global da VTEX. Thomaz, o outro fundador, fica no Rio de Janeiro, onde coordena a área de desenvolvimento. A operação americana começará com 40 funcionários. Em 12 meses, o plano é dobrá-la de tamanho.

“O desafio da Vtex é conquistar clientes nos Estados Unidos”, diz uma fonte. “Ela, apesar de ter a sede em Londres, é conhecida como uma empresa brasileira e isso atrapalha quando a negociação é com grandes empresas nos Estados Unidos e de qualquer outra parte do globo.”

Apesar de dizer que o Covid-19 não vai atrapalhar os seus planos nos Estados Unidos, o vírus já causou problemas à operação brasileira da VTEX.

Na semana passada, a companhia confirmou o cancelamento do VTEX Day, que aconteceria em abril, e teria a participação da ex-primeira dama dos Estados Unidos, Michelle Obama, e da modelo Gisele Bündchen. No ano passado, o evento contou com a presença de 5 mil pessoas. A nova data é 2 e 3 de setembro.

Fonte: https://neofeed.com.br/blog/home/em-meio-a-pandemia-vtex-tira-do-papel-projeto-para-conquistar-a-america/

Foto: Mariano Gomide, fundador da VTEX

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