O relatório abrange os 101 municípios mais populosos do Brasil, organizados de acordo com as melhores condições para empreender
O município de São Paulo lidera a lista das cidades que apresentam melhores condições para o empreendedorismo, segundo o ranking geral do Índice de Cidades Empreendedoras (ICE) referente ao período 2022/2023.
Produzido pela Escola Nacional de Administração Pública (Enap), o relatório abrange os 101 municípios mais populosos do Brasil, “organizados de acordo com as melhores condições para empreender”.
“Essas são as cidades com melhores condições para o empreendedorismo, a partir de sete fatores determinantes para que os negócios sejam bem-sucedidos: ambiente regulatório, infraestrutura, mercado, acesso ao capital, inovação, capital humano e cultura empreendedora”, justificaram os pesquisadores.
As 10 melhores cidades para empreender no Brasil
- São Paulo (SP)
- Osasco (SP)
- Curitiba (PR)
- Belo Horizonte (MG)
- Porto Alegre (RS)
- Rio de Janeiro (RJ)
- Vitória (ES)
- Florianópolis (SC)
- Brasília (DF)
- Campinas (SP)
O destaque em termos de crescimento da capital da República neste ranking se deve, principalmente, segundo o estudo:
- Às melhorias registradas no ambiente regulatório (redução da alíquota interna do imposto sobre circulação de mercadorias e serviços (ICMS);
- Simplificação burocrática (diminuição de tempo gasto com processos);
- Questões que afetam diretamente a capacidade de empreendedores abrirem e manterem seus negócios, assim como de torná-los rentáveis;
Ambiente Regulatório
No quesito Ambiente Regulatório, Goiânia foi apontada como melhor cidade para quem quer empreender, com baixas alíquotas de impostos. “É onde se gasta menos tempo com questões burocráticas [legais e processuais], essenciais à criação execução do negócio”, disse o relatório, referindo-se à capital goiana que, nesse quesito, avançou da 19ª posição para a primeira em 2023. Em segundo lugar, ficou Joinville, seguida pelo Rio de Janeiro, Florianópolis e Niterói.
São Paulo e Limeira (SP) lideram o ranking das “melhores infraestruturas para o desenvolvimento do empreendedorismo”. Segundo o levantamento, elas se destacaram por apresentar redes de transporte (por terra, mar ou ar) e condições urbanas mais adequadas e favoráveis ao desenvolvimento de negócios.
Na terceira posição está Brasília, seguida de Ponta Grossa (PR), Santos (SP), Guarujá (SP), Guarulhos (SP), Porto Alegre (RS), Piracicaba (SP) e Campinas.
“As condições urbanas e os custos de cada cidade [custo do metro quadrado dos imóveis; acesso à internet rápida ou a segurança urbana, por exemplo] são fundamentais para a decisão de o empreendedor abrir ou não um negócio na região”, conforme explicado pelos pesquisadores responsáveis pelo ICE 2023.
Ranking de ambiente regulatório
1º Goiânia (GO)
2º Joinville (SC)
3º Rio de Janeiro (RJ)
4º Florianópolis (SC)
5º Aparecida de Goiânia (GO)
6º Niterói (RJ)
7º São Paulo (SP)
8º Praia Grande (SP)
9º Macapá (AP)
10º São José dos Pinhais (PR)
Mercado
As cidades que apresentaram “melhor desenvolvimento econômico e mais clientes potenciais”, no ranking relativo a mercado, foram Niterói, Jundiaí (SP) e Brasília.
Niterói foi a cidade que registrou o maior crescimento real do PIB no período, além de ter o quarto melhor Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDH-M). A cidade, lembra o estudo, conta com uma indústria do petróleo “que se beneficiou dos sucessivos aumentos do preço do barril, assim como da cotação do dólar”.
Já no quesito Acesso a Capital, algo que em muito favorece os negócios, as cidades mais bem ranqueadas foram São Paulo, Osasco (SP), Curitiba, Belo Horizonte, Porto Alegre e Rio de Janeiro. Sobre este quesito, os pesquisadores explicaram que há “evidências” de que a “facilidade em obter recursos financeiros” é um dos “principais motivos para empreendedores se arriscarem em novas oportunidades”.
“É um componente capaz, também, de proteger o negócio de choque de mercados e dos efeitos de riscos e incertezas”, disse o diretor de Altos Estudos da Enap, Alexandre Gomide.
Ranking de mercado
1º Niterói (RJ)
2º Jundiaí (SP)
3º Brasília (DF)
4º Osasco (SP)
5º São Bernardo do Campo (SP)
6º Joinville (SC)
7º Boa Vista (RR)
8º Camaçari (BA)
9º Caxias do Sul (RS)
10º Piracicaba (SP)
Inovação e Capital Humano
Florianópolis, Limeira e Campina Grande foram citadas como “locais com mais condições para a criação de negócios com potencial de gerar inovações”, quesito que abrange características como “concentração de talentos no mercado de trabalho local, financiamento de ações de inovação e infraestrutura tecnológica”. Empreendedores inovadores estão associados também à identificação de novos produtos, processos e mercados.
A importância do capital humano – outro ponto analisado pelo estudo – para o desenvolvimento tem ganhado espaço nas análises econômicas. A liderança nesse ranking, que avalia tanto o acesso de qualidade à mão de obra básica quanto especializada, é ocupada por Florianópolis, seguida de Vitória, Santa Maria (RS) e Porto Alegre.
O levantamento citou estudos indicando que a maior abundância de capital humano nas cidades pode impactar positivamente de três formas no empreendedorismo. A primeira, por aumentar a chance de êxito nas empresas, uma vez que “é mais provável que o empreendedor seja mais capacitado na gestão do negócio.”
Além disso, o capital humano favorece a alocação de recursos e a coordenação de atividades de forma mais eficiente. Por fim, “ampliando as redes de relações sociais que se organizam no desenvolvimento do empreendedorismo”.
Ranking em inovação
1º Florianópolis (SC)
2º Limeira (SP)
3º Campina Grande (PB)
4º Campinas (SP)
5º São Paulo (SP)
6º Caxias do Sul (RS)
7º Joinville (SC)
8º Blumenau (SC)
9º São José dos Campos (SP)
10º Curitiba (PR)
Cultura empreendedora
A cidade mais engajada para atividades empreendedoras, quesito que tem por base a busca de informações sobre empreendedorismo e empresas locais, o que inclui “conhecimento sobre os processos de abertura de empresas”, foi Boa Vista (RR).
“Um dos temas de busca levados em consideração na pesquisa foi o empreendedorismo feminino, porque sabemos da importância das mulheres para o desenvolvimento econômico, social e sustentável”, explicou a coordenadora-geral substituta de Pesquisa da Enap, Kamyle Medina. O levantamento usa como base de dados a ferramenta de buscasGoogle Trends ao longo dos últimos cinco anos.
O segundo lugar neste ranking ficou com Macapá (AP). Depois, aparecem Palmas (TO), Brasília, Maceió, Rio Branco (AC), Ananindeua (PA) e Porto Velho (RO).
Ranking de cultura empreendedora
1º Boa Vista (RR)
2º Macapá (AP)
3º Palmas (TO)
4º Brasília (DF)
5º Maceió (AL)
6º Rio Branco (AC)
7º Ananindeua (PA)
8º Porto Velho (RO)
9º Aracaju (SE)
10º São Luís (MA)
Fonte: Exame