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Número de empreendedores estabelecidos cresce no país

Taxa corresponde ao grupo de donos de negócios que possuem um empreendimento com mais de 3,5 anos

A qualidade do empreendedorismo brasileiro apresentou uma melhora no último ano. Segundo o relatório da Global Entrepreneurship Monitor (GEM) 2022, realizado pelo Sebrae e pela Associação Nacional de Estudos em Empreendedorismo e Gestão de Pequenas Empresas (Anegepe), a taxa de empreendedorismo dos negócios estabelecidos, aqueles que possuem mais de 3,5 anos de existência, teve um ligeiro incremento de 0,5%, passando de 9,9% em 2021 para 10,4%, no ano passado.

“Esse resultado demonstra um arrefecimento na crise, uma retomada da economia e uma melhoria na gestão dos negócios. Em 2020 essa taxa levou uma grande queda por causa da pandemia e caiu de 16,2%, em 2019, para 8,7% e desde o ano retrasado ela já demonstra sinais de recuperação”, pontua o presidente do Sebrae, Décio Lima.

Essa taxa manteve o Brasil na sétima posição, especificamente quanto à taxa de Empreendedores Estabelecidos, em relação aos outros países que participaram da pesquisa. Na frente estão Coréia do Sul, Togo, Grécia, Letônia, Guatemala e Irã.

Mesmo com a taxa de empreendedorismo estabelecido da população brasileira ter apresentado esse incremento, a taxa geral apresentou uma leve queda de 0,1 ponto percentual e atingiu o menor nível nos últimos 10 anos ficando em 30,3%. Esse resultado é explicado pela redução na taxa de empreendedores iniciais, aqueles com até 3,5 anos de negócio, que caiu de 21%, em 2021 para 20%, em 2022. “Menos pessoas iniciaram um negócio novo e uma parte migrou para a posição de estabelecidos”, observa Décio. A taxa geral de empreendedorismo é a soma dos empreendedores iniciais e dos estabelecidos.

Empreendedorismo por necessidade

A queda na porcentagem da taxa dos empreendedores iniciais reflete também uma redução no empreendedorismo por necessidade. Pelo segundo ano consecutivo, caiu o percentual dos Empreendedores Iniciais que iniciam seu negócio por esse motivo, passando de 48,9%, em 2021, para 47,3%, em 2022. Em 2020, metade dos empreendedores entraram no universo do empreendedorismo por necessidade. “Essa é uma queda positiva e, historicamente, em anos de crise, ela aumenta”, frisa o presidente do Sebrae.

Apesar disso, a principal motivação para se abrir uma empresa continua sendo a escassez de empregos: 82% dos entrevistados indicaram como esse sendo o motivo. Em 2021, eram 77%. Empreender para fazer a diferença no mundo foi respondido por 75%, construir riqueza por 64% e continuar uma tradição familiar por 44%.

Pesquisa GEM

A Pesquisa GEM é considerada a principal pesquisa sobre empreendedorismo no mundo. Realizada anualmente há 23 anos, já participaram mais de 110 países, o que representa mais de 95% do PIB mundial. No Brasil, em 2022, foram entrevistados 2 mil adultos e 52 especialistas. Os dados foram coletados entre junho e agosto de 2022. O Brasil é um dos poucos países que participou de todas as edições.

Fonte: Agência Sebrae

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