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Ele vendia batatas no interior do RS. Hoje, fatura R$ 23 milhões com marketing digital

Jonatas Abbott foi do trabalho braçal ao gerenciamento de uma empresa com receita de R$ 23 milhões; conheça a história

As histórias de superação são quase parte inerente do imaginário popular quando assunto é empreendedorismo de sucesso. Volta e meia, é comum conhecer trajetórias de empresários bem-sucedidos que, em comum, têm uma jornada repleta de percalços e desafios pessoais antes dos melhores dias à frente da gestão de um empreendimento de sucesso. Jonatas Abbott é um deles.

O atual sócio e diretor executivo da Dinamize, empresa de automação de marketing, já encarou situações pouco caras a empresários de primeira viagem. Gaúcho de Porto Alegre, Abbott teve uma infância e adolescência confortável, mas viu a realidade financeira de sua família mudar por completo após um oneroso tratamento de câncer enfrentado pelo pai.

Com os apertos financeiros, viu a oportunidade de começar a ganhar dinheiro por fora ainda na juventude. Abbott escolheu a fotografia, um hobby e também uma paixão pessoal, para começar a empreender. O estúdio próprio, porém, teve vida breve. “Eu era um péssimo vendedor, e mal sabia precificar o meu trabalho”, lembra. A falência do negócio serviu de pontapé para que Abbott percebesse a importância do marketing pessoal e de investir em uma boa postura para vender seu peixe.

Naquela mesma época, foi chamado por um amigo produtor rural para ajudar na venda de batatas em Porto Alegre e região. Ali teve seu primeiro contato com técnicas de venda e jornadas de trabalho que dependiam, basicamente, da negociação das melhores margens para vendas de grandes lotes de um único produto. “Vender batatas é como vender uma commodity. O preço não costuma variar, mas é possível negociar condições e encontrar gente disposta a pagar mais por uma matéria-prima de qualidade ”.

Como vendedor de batatas, Abbott era responsável por carregar e dirigir uma caminhonete com algumas toneladas do tubérculo às 5 horas da manhã diariamente. Ia de mercado em mercado, bar em bar e restaurante em restaurante, antes mesmo dos estabelecimentos abrirem as portas para vender os sacos. “Foi a primeira experiência e, sem dúvida, me ensinou a ser um bom vendedor”, diz.

Como ele migrou para a internet

Depois do fim precoce do estúdio de fotografia — justamente pela falta de habilidades de venda, julga o empreendedor — Abbott viu a venda das batatas como um degrau que antecedia suas tentativas como vendedor em novos mercados. Com isso, muito mais confiante em relação às suas habilidades como vendedor, ele ingressou no mercado de tecnologia, onde vendeu computadores.

O desafio estava em encontrar o público adequado e convencê-lo de que a compra de um computador para uso pessoal (os personal computers, ou PCs), era uma boa ideia. Afinal, a internet ainda era mato alto naquela época. “Percebi que aquilo seria uma explosão, e estava inserido no mercado certo na hora certa”, diz.

Da venda de computadores, Abbott passou a trabalhar em uma provedora de internet regional dona de uma carteira de 700 grandes clientes e, após isso, em uma empresa de hospedagem de sites, onde ficou por 15 anos. 

Dos computadores ao marketing digital

Os anos em contato direto com empresas que desenvolviam seus negócios a partir da internet despertou em Abbott o desejo de criar soluções que auxiliassem essas companhias a lidar com as demandas do novo mundo digital de maneira mais eficiente. Em 2005, aos 38 anos, teve seu primeiro contato com a Dinamize, uma agência de marketing, para uma consultoria aos funcionários.

A consultoria logo se tornou sociedade, quando Abbott e seu sócio Allan Luz adquiriram 66% do capital da empresa. A Dinamize atuava no e-commerce, desenvolvia aplicativos, além de serviços de e-mail marketing e criação de sites. “Era comum que na naquela época as agências de marketing fizessem “um pouco de tudo”, diz. A diversificação, porém, não trazia nenhum diferencial competitivo.

Como a empresa cresceu

Com um único funcionário e um faturamento de R$ 16 mil, a Dinamize ainda engatinhava. Para ampliar as receitas da agência, o plano de Abbot era concentrar a atuação na prestação de um único serviço. “Passamos a focar 100% em e-mail marketing. Sabia que aquilo era a bola da vez”, conta.

Logo de cara, a agência triplicou de tamanho. Atualmente, tem 60 funcionários e conta com filiais no Brasil. Um processo de internacionalização iniciado em 2016 também levou a agência a abrir filiais nos Estados Unidos, Canadá e Lisboa. Com um faturamento de R$ 23 milhões em 2022, a Dinamize atende mais de 22 mil marcas. Entre elas empresas como:

  • Coca-cola
  • Fleury
  • Volvo
  • Nissan
  • Albert Einstein

O principal serviço da Dinamize é uma plataforma de e-mail marketing que automatiza o envio de e-mails corporativos a clientes. “Nosso foco é distribuir conteúdo digital para empresas que entendem a importância de se criar a sua própria base de dados e distribuição de conteúdo, como SMS e e-mail”, diz. 

Para 2023, a expectativa da Dinamize é crescer até 30% e faturar R$ 30 milhões em função da percepção de marcas sobre a importância da presença digital. “As empresas não querem ser reféns das big techs que hoje dominam o mercado. E é aí que entramos e vamos crescer”, conclui.

Fonte: Exame

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