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‘Competição desleal’ da Shein prejudica varejistas e lojistas, diz Ablos

Mauro Francis, o Presidente da Ablos (Associação Brasileira dos Lojistas Satélites de Shoppings), expressou sua desaprovação em relação à declaração feita pelo CEO da Shein, que sugeriu que as empresas brasileiras deveriam “alterar seu modelo de negócios”. Ele enfatizou que o problema no setor varejista brasileiro não está no modelo operacional ou na logística, mas sim na “falta de igualdade tributária”.

O Incidente:

A associação classificou a presença da Shein no Brasil como “concorrência desleal”. De acordo com o Presidente da Ablos, representando lojas de até 230 metros quadrados com um total de 100 membros, o gigante chinês consegue vender a preços mais baixos porque “paga menos impostos”.

Em uma entrevista a um site, o CEO da Shein aconselhou varejistas tradicionais a “alterarem seus modelos de negócios”. Marcelo Claure disse ao “Faria Lima Journal” que a Shein é “a única empresa globalmente capaz de fabricar e vender um produto em sete dias”. A Shein anunciou suas intenções de expandir a produção no Brasil e depende da logística para manter os preços dos produtos.

A Ablos argumenta que a logística não é um obstáculo para os varejistas brasileiros. Francis enfatizou que os varejistas brasileiros não têm dificuldades com entregas rápidas. “Alguns oferecem disponibilidade do produto no dia seguinte, mas é impossível competir quando enfrentamos uma carga tributária de 92,4% sobre bens”, disse ele, citando pesquisas do IDV (Instituto para o Desenvolvimento do Varejo).

Desde a pandemia, os proprietários de negócios têm investido em tecnologia e comércio eletrônico. Segundo Mauro Francis, não é viável oferecer preços acessíveis como os dos produtos da China com base apenas em uma logística sólida. “A questão central não é o modelo de negócios ou a logística, mas os impostos excessivos que pesam sobre o setor”, ele comentou.

Isenção para compras online de até US$ 50. Em julho, o governo lançou o programa “Remessa Conforme”, que eliminou os impostos federais de importação para compras online de até US$ 50. A Shein afirmou aderir ao programa. Representantes do varejo argumentam que essa medida cria um campo desigual e tratamento injusto entre plataformas internacionais e redes tradicionais. A Fazenda estima uma perda de R$ 35 bilhões até 2027 devido a essa isenção.

“Não temos objeções à concorrência, desde que seja justa, com tratamento tributário igualitário que nos permita competir. O governo precisa reconhecer que essa disparidade afeta tanto os grandes players quanto os pequenos varejistas. A forma como essas plataformas operam no Brasil pode levar ao fechamento de lojas e ao desemprego.”

Mauro Francis, Presidente da Ablos

Perspectiva da Shein:

A empresa afirma que seu modelo de negócios é um diferencial competitivo fundamental. Em um comunicado, a Shein explicou que sua operação baseada em tecnologia e análise de dados permite “produzir pequenos lotes de 100 a 200 unidades por produto e avaliar a resposta do mercado para escalar a produção com base na demanda real”, eliminando a necessidade de estoques significativos e, assim, reduzindo custos.

A Shein mantém seu compromisso com o Brasil. A empresa também acredita que o potencial competitivo de um país e de um setor é aprimorado por soluções equitativas de justiça tributária. Em julho, a Shein anunciou a fabricação de roupas no Rio Grande do Norte, comprometendo-se a criar milhares de empregos nos próximos anos. Existem fábricas registradas para a produção de roupas em outros estados, como São Paulo, Paraná e Mato Grosso.

A empresa enfatizou que está acompanhando de perto as discussões sobre o tema e reconhece a importância do diálogo setorial com o governo para criar uma solução eficaz que realmente apoie os consumidores.

Comunicado da Shein

Fonte: Uol

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