Os acionistas da Zamp, a empresa proprietária do Burger King no Brasil, recusaram a inclusão de uma cláusula de proteção no estatuto da empresa. Isso abriu o caminho para que o Mubadala aumente sua participação na empresa e alcance o controle total da companhia.
A proposta de inserir essa cláusula, conhecida como “poison pill,” foi apresentada pela Mar Asset e consistia em obrigar qualquer investidor que adquirisse mais de 25% das ações da empresa a fazer uma oferta pública de aquisição (OPA) pelo restante das ações. No entanto, essa proposta foi rejeitada por 57,2% dos votos dos acionistas presentes na assembleia geral extraordinária. Esse grupo representa 77,2% do capital da companhia.
No ano passado, em agosto, o conselho da Zamp já havia recusado uma oferta de aquisição de 45% da empresa feita pelo Mubadala, alegando que o preço oferecido era baixo. Além disso, a holding dona das redes Burger King e Popeyes nos Estados Unidos afirmou que a transação com o Mubadala violaria cláusulas restritivas do contrato de uso das marcas no Brasil, devido à participação do fundo em outras redes de franquias.
Menos de um ano depois, o fundo árabe retomou seus esforços para adquirir a empresa. Eles compraram ações neste mês por meio de um leilão e agora possuem uma participação de 21,03%, tornando-se assim o maior acionista da Zamp. Os outros acionistas incluem a FitPart, um veículo de um family office de ex-sócios do Banco Garantia, com 15,29%, a Restaurant Brands International (RBI), detentora global das marcas Burger King e Popeyes, com 9,4%, e a Mar Asset, com 6,32%.
Desde a rejeição da oferta hostil em 17 de agosto do ano passado, as ações da Zamp acumularam uma perda de 33%, encerrando a R$ 5,55 nesta quinta-feira.
Fonte: Pipeline Valor