Para mitigar efeitos do coronavírus
Usinas estão avaliando quais ações devem ser tomadas e, caso a crise se prolongue, a parada de altos-fornos não está descartada
Dentre todas as indústrias, a siderurgia é definitivamente aquela que deixará de produzir somente em último caso — o que ainda não inclui a atual crise do coronavírus. Diante da paralisação do setor produtivo, as usinas de aço não têm recebido novos pedidos e, a cada dia, o horizonte é ainda mais incerto. As medidas de contenção incluem desde o adiamento de novos investimentos até as mais drásticas, como a possível paralisação dos fornos.
Enquanto o futuro se desenha perturbador, com possibilidade de recessão da economia global, as empresas estão reformulando o planejamento estratégico. A Gerdau anunciou nesta terça-feira, 24, que vai adiar as iniciativas de novos investimentos (Capex) em 2020, diante do agravamento do novo coronavírus.
Em fato relevante ao mercado, a companhia destacou que a posição de caixa de 6,3 bilhões de reais, sendo 52% em dólares, e linhas de crédito compromissadas de 4 bilhões de reais, permitem que a empresa esteja “preparada neste momento de volatilidade.”
No Brasil, as operações fabris do grupo gaúcho seguem inalteradas, ao passo que no Peru e na Argentina estão paralisadas por restrições governamentais. Nos Estados Unidos, a produção de aços especiais está parada devido à queda da demanda das montadoras, que interromperam a produção.
O mesmo quadro pode ser observado no Brasil. Quase 50 das 67 fábricas de veículos no país paralisaram suas operações como forma de combater a propagação da covid-19. As montadoras são os principais clientes das siderúrgicas, mas os fabricantes de linha branca, máquinas e equipamentos, indústria de óleo e gás, entre outros, também têm uma demanda alta e estão parando.
Foto: Linha de produção de aço: fornos não podem parar (Ricardo Azoury/Pulsar)