Gigante do e-commerce já conta com mais de 200 fábricas parceiras no Brasil e vai subsidiar o ICMS de compras de até US$ 50
Há aproximadamente quatro meses, a plataforma de moda no varejo Shein anunciou um investimento de 750 milhões de reais para a produção no Brasil. Desde então, a empresa estabeleceu parcerias com mais de 200 fábricas em 12 estados brasileiros, disponibilizando suas peças na plataforma. Isso marca apenas o início de suas operações no país, com planos ambiciosos de atingir 2 mil fábricas parceiras e criar 100 mil empregos até 2026.
Em uma entrevista exclusiva à revista EXAME, Marcelo Claure, presidente da Shein na América Latina, abordou a resistência do varejo local em relação à chegada dessa gigante do comércio eletrônico.
“Apesar de ser tão brasileira quanto outras varejistas, a Shein opera com um modelo de negócios inovador, caracterizado por um crescimento notável, atendendo a clientes que anteriormente optavam por compras tradicionais”, afirmou Claure.
Ao contrário do varejo convencional, a Shein não mantém grandes estoques. Em vez disso, produz pequenos lotes de roupas que são anunciados em seu site. Se houver demanda por essas peças, novos pedidos são feitos aos fornecedores.
“É um equívoco pensar que nossa competitividade se deve apenas a questões fiscais. Nossa produção baseada na demanda torna o processo de fabricação e venda mais eficaz”, explicou.
A consultoria de gestão Heartman House prevê que o volume bruto de vendas (GMV) da Shein, que alcançou US$ 23 bilhões em todo o mundo em 2022, quase quintuplicará até 2027, atingindo US$ 100 bilhões.
A Shein também anunciou que subsidiará o ICMS para compras de até US$ 50 em vez de repassar esse custo aos clientes. Essa decisão veio após a empresa aderir ao programa Remessa Conforme do governo federal, que isenta o imposto de importação para compras até esse valor, mas impõe uma alíquota de 17% de ICMS.
“Queremos manter o poder de compra de nossos clientes, ao mesmo tempo em que aproveitamos a agilidade e a padronização oferecidas pelo novo programa do governo federal”, afirmou Claure.
O subsídio do ICMS está em vigor desde a terça-feira, 19, e já está disponível no site e no aplicativo da Shein. Para compras acima de US$ 50, as cobranças de tributos federais permanecem inalteradas, com a tributação de 60% do imposto de importação e uma alíquota de 17% de ICMS. No entanto, Claure observou que a maioria das compras realizadas no Brasil está abaixo desse limite de US$ 50.
Fonte: Exame