17 de outubro, foi anunciada a fusão global entre a VMLY&R e a Wunderman Thompson, criando a nova VML. Essa fusão representa o maior movimento de consolidação de empresas no mercado de agências de publicidade dos últimos anos, envolvendo 30 mil funcionários em 64 países. Desses, 17 mil são da Wunderman Thompson e 13 mil da VMLY&R.
O Brasil também desempenha um papel importante nesse cenário. Atualmente, a VMLY&R é a sétima maior compradora de mídia no país, de acordo com o Cenp-Meios de 2022, mantendo uma equipe de cerca de 460 funcionários. A Wunderman Thompson ocupa o 13º lugar no ranking e tem uma equipe de 530 pessoas.
Apesar do desafio de unir duas grandes empresas que competem no mercado de agências de publicidade, o WPP espera superar os obstáculos com a experiência adquirida desde 2018, quando ocorreram as fusões globais entre a Y&R e a VML e entre a J. Walter Thompson e a Wunderman.
Além dos benefícios de simplificar as ofertas aos clientes e focar em tecnologia, comércio eletrônico e consultoria de dados, a fusão também tem uma razão geográfica: a VMLY&R é mais forte no mercado norte-americano, enquanto a Wunderman Thompson se destaca em outras regiões, como a Europa e os países de língua espanhola na América Latina.
O anúncio global surpreendeu a maioria dos líderes das operações locais de VMLY&R e Wunderman Thompson. Para evitar vazamentos que pudessem afetar as ações negociadas em bolsa, a fusão foi mantida em sigilo nos últimos dois meses por um grupo restrito de executivos globais do WPP.
Até o momento, a única definição que afeta o mercado brasileiro é o apontamento de Juan Pablo Jurado como CEO Latam. Atualmente, Jurado ocupa o mesmo cargo na Wunderman Thompson.
Diferentemente de fusões anteriores que tiveram um processo mais lento no Brasil, a expectativa é que a união entre VMLY&R e Wunderman Thompson avance rapidamente nos próximos dois meses, com a nova VML operando no mercado local a partir de 1º de janeiro de 2024.
Embora não haja conflitos imediatos entre as contas dos principais clientes das duas agências, o objetivo é que a nova VML esteja totalmente operacional em todos os mercados a partir de janeiro de 2024. As lideranças locais e globais estão comprometidas em trabalhar nos planos de transição e integração nas próximas semanas.
Embora o CEO Jon Cook tenha mencionado que não há planos de demissões como resultado da fusão, é provável que haja ajustes para otimizar a operação. Parte da justificativa para a fusão é permitir um maior investimento em criatividade, estratégia e capacidades tecnológicas.
No Brasil, as lideranças da nova VML incluem Juan Pablo Jurado, Stefano Zunino, Marcos Quintela, Fernando Taralli e Pedro Reiss. Ambas as agências lideram ecossistemas integrados por outras empresas, o que promete fornecer um conjunto de recursos mais amplo e totalmente integrado aos clientes em todos os mercados, segundo o CEO da WPP, Mark Read.
Fonte: Meio e Mensagem