Segundo a companhia, a crise econômica no Brasil resultante da pandemia, a inflação e a permanência de taxas de juros elevadas agravaram os desafios do negócio
A SouthRock, a empresa proprietária da Starbucks e do Eataly no Brasil, anunciou que entrou com um pedido de recuperação judicial devido aos desafios econômicos enfrentados no país. Em um comunicado oficial, a empresa destacou que a crise econômica resultante da pandemia, a inflação e as altas taxas de juros têm agravado a situação de seus negócios.
Diante desse cenário desafiador, a SouthRock reiterou seu compromisso com sua missão e valores, enquanto inicia uma nova fase que demanda a reestruturação de suas operações para preservar as marcas das quais se orgulha de representar no Brasil, seus colaboradores, consumidores e as operações de suas lojas.
O pedido de recuperação judicial, ao qual a EXAME teve acesso, lista dívidas no valor de 1,8 bilhão de reais. Na petição inicial, a empresa justificou o pedido com base nos seguintes motivos:
- A atual situação econômica do Brasil, marcada pela falta de confiança e alta instabilidade, bem como pela volatilidade das taxas de juros e flutuações cambiais que desequilibram o mercado e afetam negativamente os empreendedores brasileiros.
- Queda nas vendas de 90% em 2020, 70% em 2021 e 30% em 2022.
- Dificuldades em obter crédito de capital de giro.
- Aumento dos preços dos insumos no setor de varejo.
- Desafios relacionados à manutenção de lojas físicas abertas durante a pandemia.
A SouthRock, fundada em 2015 como uma empresa de private equity com sede em São Paulo, é responsável por marcas como Starbucks, Eataly e Subway. A subsidiária da SouthRock, Brazil Airport Restaurants, inaugurou suas primeiras lojas de aeroporto em 2017. Em 2018, a empresa tornou-se a Master Licensee da Starbucks e do TGI Fridays no Brasil. Em 2019, a Starbucks expandiu sua presença para diversas regiões do país.
Em maio de 2022, a SouthRock também adquiriu a franquia master da Subway no Brasil, uma das maiores redes de restaurantes de comida rápida do mundo, com mais de 1.600 unidades no Brasil.
A empresa já iniciou o processo de reestruturação com o apoio de consultores externos e partes interessadas, e o pedido de recuperação judicial é um passo nesse caminho. As medidas de reestruturação incluem a revisão do número de lojas em operação, o calendário de aberturas, alinhamentos com fornecedores e partes interessadas, e ajustes na força de trabalho.
A SouthRock enfatizou que essas decisões visam garantir que a empresa esteja preparada para enfrentar o atual cenário econômico, ao mesmo tempo em que reforça seu compromisso com seus negócios em andamento, sua responsabilidade social e corporativa, e todas as partes envolvidas, em meio à volatilidade do mercado. Todas as marcas continuarão operando enquanto esses ajustes estruturais são implementados.
Fonte: Exame