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Controladores do Magazine Luiza discutem capitalização na varejista

A família fundadora do Magazine Luiza está em conversações com bancos e investidores sobre a possibilidade de realizar uma capitalização da empresa, conforme apurado pelo Pipeline. De acordo com três fontes, a empresa está considerando um aumento de capital privado em torno de R$ 2 bilhões, no qual os Trajano contribuiriam com aproximadamente metade desse montante. Atualmente, a família detém 56% das ações do Magalu.

Os bancos teriam sugerido à empresa que concretizasse a operação ainda este ano ou logo no início do próximo, mas ainda não há um prazo definido. Até o momento, o assunto não foi apresentado ao conselho da varejista. Para viabilizar a capitalização, a família também estaria buscando um financiamento, um tema que foi discutido nas conversas, ainda que de forma incipiente.

Na semana passada, surgiram rumores entre os gestores de que a empresa estava planejando uma oferta subsequente de R$ 4 bilhões a R$ 4,5 bilhões. No entanto, fontes bem informadas garantem que isso não passou de especulação e que uma oferta pública de quase um terço do valor atual da companhia não faria sentido. “No cenário atual, um aumento de capital em um volume menor é mais apropriado”, afirma um executivo.

A dívida bruta da empresa é de R$ 7,4 bilhões, com 41% vencendo no curto prazo. Apesar disso, a varejista possui uma folga de caixa, considerando um total de R$ 8,1 bilhões em aplicações financeiras e recebíveis de cartão de crédito disponíveis; o caixa líquido é de R$ 700 milhões.

No último balanço divulgado, o Magalu reportou um lucro líquido não recorrente de R$ 331,2 milhões no trimestre, em comparação com o prejuízo de R$ 143,4 milhões registrado no mesmo período do ano anterior. Após uma decisão do STJ sobre a não incidência de PIS/Cofins sobre bonificações recebidas de fornecedores, o Magalu reconheceu créditos tributários no valor de R$ 688,7 milhões referentes a períodos anteriores a 2022.

A empresa também informou que, após uma investigação conduzida pelo escritório TozziniFreire Advogados e pela auditoria PwC, concluiu-se pela improcedência de uma denúncia anônima apresentada em março. No entanto, o Magalu admite que foram identificadas incorreções nos lançamentos contábeis de bonificações em algumas transações comerciais após essa auditoria, resultando em um ajuste acumulado de R$ 829,5 milhões no patrimônio da empresa, sem impacto no caixa.

Em resposta às especulações sobre a capitalização, o Magalu afirmou que não tomou nenhuma iniciativa para realizar qualquer tipo de aumento de capital. Portanto, segundo a empresa, esse assunto não está em discussão no conselho de administração. A nota ainda destaca que os controladores do Magalu avaliam continuamente o mercado e suas possibilidades, o que pode ter levado a sondagens preliminares, podendo ou não se concretizar, algo considerado normal e recorrente em companhias de capital aberto.

Fonte: Pipeline Valor

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