A Amazon, avaliada em US$ 1,5 trilhão, consolidou-se como a principal varejista online global, expandindo-se incansavelmente por diversos setores para se tornar a “loja de tudo” – de livros a e-books, de séries de TV a computação em nuvem.
No Brasil, onde está presente desde 2012, a empresa adotou uma abordagem mais discreta, conquistando gradualmente espaço no varejo virtual brasileiro sem alardes. Agora, a Amazon dá mais um passo silencioso para fortalecer sua presença.
Em meio à intensa competição do comércio eletrônico por entregas cada vez mais rápidas, a Amazon planeja aumentar os investimentos em sua própria logística no Brasil, conforme revelou Daniel Mazini, presidente da operação local da varejista online, em uma entrevista ao NeoFeed.
Uma das principais metas é expandir as estações de entrega, que funcionam como mini-centros de distribuição para realizar entregas de última milha por meio de motos ou vans.
Atualmente, a Amazon opera 62 dessas estações de entrega, espaços de armazenamento com cerca de mil metros quadrados cada. A empresa pretende ultrapassar a marca de 100 até 2024, e Mazini sugere que esse número pode ser ainda maior. Esse plano integra a estratégia da Amazon de reforçar sua logística no Brasil, seguindo a tendência das principais empresas de comércio eletrônico em busca de controle total das entregas.
Em meio à iminência da Black Friday, uma das datas mais cruciais para o varejo brasileiro, os funcionários dos Correios ameaçaram uma greve, levando a uma rápida negociação para evitar um caos logístico.
Atualmente, a Amazon possui 10 centros de distribuição em todo o Brasil e realiza entregas em até dois dias em 1 mil cidades do país, com 200 cidades atendidas em apenas um dia. Ao mesmo tempo, a Amazon Logistics, a operação logística da empresa no Brasil, tem se expandido, aumentando o número de estações de entrega e voos com a companhia aérea Azul.
A estratégia dos mini-centros de distribuição é crucial para melhorar os prazos de entrega em determinadas regiões, criando um efeito multiplicador no aumento dos pedidos locais. A Amazon, conhecida por seu crescimento constante e discreto no Brasil, está se posicionando estrategicamente, capturando parte do espaço deixado pelo varejista Americanas no mercado online, em colaboração com o Mercado Livre.
O avanço logístico da Amazon no Brasil também inclui a intenção de aumentar o número de vendedores em seu marketplace e incentivá-los a utilizar os serviços de fulfillment da empresa. Com 60 mil sellers ativos, a Amazon visa aproximar-se da média global, onde os sellers do marketplace representam dois terços das vendas da companhia.
Além disso, a evolução logística da Amazon no Brasil serve como uma proteção indireta contra o avanço de e-commerces asiáticos, como Alibaba, Shopee e Shein, que têm colaborado com parceiros logísticos para se estabelecerem no país. A Amazon aderiu ao programa Remessa Conforme da Receita Federal, buscando eficiência nas entregas cross-border, mesmo que a isenção do imposto de importação não seja o principal impulso.
Em resumo, a Amazon está consolidando sua presença logística no Brasil, fortalecendo sua infraestrutura para enfrentar os desafios do mercado e se preparar para um crescimento sustentável.
Fonte: Neofeed
