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Como uma indústria de leite da Nova Zelândia virou um case de embalagens sustentáveis

Marca de laticínios vende leite em garrafas plant based desde 2020 — feitas de cana de açúcar brasileira — e só quer trabalhar com opções 100% recicláveis, reutilizáveis ou compostáveis até 2025

A mais de 12 mil quilômetros de distância, a Nova Zelândia oferece valiosos ensinamentos ao Brasil. Isso inclui a preservação dos nossos cartões-postais naturais, a elevação do status internacional dos vinhos locais e até mesmo a maestria no rugby, transformando-nos em um ímã global de turistas.

Com mais de 130 anos de experiência, a marca neozelandesa de laticínios Anchor incorporou um novo aprendizado à sua lista: embalagem sustentável. Em 2020, a empresa introduziu no mercado uma garrafa plant-brd de 2 litros para a distribuição de leite. Este recipiente inovador é confeccionado a partir de cana-de-açúcar, importada do Brasil. A matéria-prima, natural, renovável e sustentável, emerge como uma alternativa consciente em relação às tradicionais garrafas, frequentemente derivadas de combustíveis fósseis. A cana-de-açúcar, ao absorver CO2 durante seu crescimento, confere à novidade da Anchor uma pegada de carbono reduzida, além de ser completamente reciclável.

Brett Henshaw, diretor-geral da holding que controla a marca, expressou o compromisso da empresa com a sustentabilidade, visando oferecer aos consumidores a opção de produtos em embalagens mais amigáveis ao meio ambiente. A empresa também se comprometeu a avançar para fontes de energia renovável nos setores de transporte e indústria, buscando maneiras de gerenciar e reduzir as emissões em toda a cadeia de abastecimento.

A meta da marca é utilizar exclusivamente embalagens 100% recicláveis, reutilizáveis ou compostáveis até 2025. Em colaboração com parceiros de reciclagem, a Anchor trabalha para garantir que todas as suas embalagens possam ser amplamente coletadas e recicladas.

Uma parceria notável foi estabelecida com a startup neozelandesa Future Post, que converte garrafas de leite da Anchor e outros plásticos macios em postes para cercas. Cada poste, com aproximadamente 1,8 metro de altura e durabilidade de até 50 anos, é fabricado a partir de 220 garrafas de leite da marca e 1.700 sacos plásticos. Outra iniciativa busca transformar as embalagens da Anchor em caixotes.

Inicialmente, por razões logísticas, as garrafas plant-brd da Anchor foram limitadas à Ilha Norte da Nova Zelândia, onde se encontram Auckland e a capital, Wellington. Cerca de 300 mil unidades são produzidas mensalmente. Se a opção sustentável for bem recebida pelos consumidores, a empresa planeja expandir para outros produtos. Vale ressaltar que as embalagens plant-brd são recicláveis, embora não biodegradáveis. De fato, os locais de compostagem na Nova Zelândia não têm capacidade para lidar com os volumes significativos de garrafas de leite produzidos no país.

Fonte: Exame

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