O GPA concluiu com sucesso a venda de sua participação de 34% na CNova, uma empresa holandesa de comércio eletrônico, para seu controlador, o grupo francês Casino. Essa transação marca o fim de uma negociação iniciada em setembro, como parte da reestruturação em andamento da empresa brasileira para se desfazer de ativos não essenciais, reduzindo assim sua alavancagem. Isso inclui operações anteriores envolvendo a rede colombiana Éxito e o Assaí.
A venda será liquidada em duas parcelas, sendo 80% do valor (8 milhões de euros) pago à vista e o restante (2 milhões de euros) até 30 de junho do próximo ano. O Casino, que já detinha 64,8% da CNova, agora passa a possuir 98,8% do capital.
No entanto, o valuation da transação ficou consideravelmente abaixo do valor de mercado da CNova, listada em Paris, que é de 517 milhões de euros. O acordo entre GPA e Casino avaliou 100% da empresa em 29,4 milhões de euros. Na manhã seguinte, por volta das 9h30, as ações da CNova registravam uma queda de 6,45%.
O acordo inclui uma cláusula que permite ao GPA obter um ganho adicional caso a CNova seja vendida novamente a um valor superior. Conforme combinado, a empresa brasileira receberá do Casino a diferença entre o valuation desta transação e o de uma eventual nova operação, proporcional à sua participação de 34%. No entanto, o GPA só receberá a diferença integral se a nova venda ocorrer dentro de 12 meses a partir da liquidação desta transação. Entre o 13º e o 15º mês, o montante devido pelo Casino será reduzido para 75% da diferença, e entre o 16º e o 18º mês, cai para 50%.
Além de não ser considerada parte essencial do core do GPA, a CNova apresentou resultados desanimadores no primeiro semestre, com um prejuízo de operações continuadas de 65,4 milhões de euros. O GMV também sofreu uma queda de 23%, atingindo 1,38 bilhão de euros.
Anteriormente, a Cnova incluía as operações online das marcas brasileiras, um movimento estratégico que se revelou um erro de gestão de estoque e resultou em problemas contábeis atribuídos a fraudes na subsidiária brasileira. Posteriormente, a operação brasileira foi reestruturada para concentrar lojas físicas e comércio eletrônico na mesma estrutura.
O GPA afirmou que o conselho de administração aprovou a transação com base na recomendação de um comitê especial independente estabelecido em setembro. A análise do BTG Pactual também respaldou a operação, afirmando a razoabilidade e a equidade dos termos econômicos para todos os acionistas da companhia.
Fonte: Pipeline Valor