Irmãos fundadores da cervejaria criaram a queijaria artesanal e usaram lições do primeiro negócio para fazer a marca de queijos decolar
Qual é a conexão entre cerveja e queijo? À primeira vista, pode parecer difícil encontrar uma relação entre esses dois elementos, a menos que consideremos que ambos são apreciados como alimentos e bebidas favoritos por muitas pessoas. Além disso, é comum vê-los compartilhando espaço em uma mesa de bar, onde a cerveja é apreciada como uma bebida e o queijo, como um petisco.
Para os irmãos Juliano e Bruno Mendes, esses dois produtos não apenas representam uma paixão, mas também oportunidades de negócios. A trajetória empreendedora dos irmãos começou com a Eisenbahn, uma cervejaria em Blumenau, Santa Catarina, que eles fundaram e venderam em 2008 para o grupo paulista Schin, hoje parte da Heineken. Cinco anos depois, decidiram diversificar adquirindo um laticínio e lançando a Pomerode, uma queijaria artesanal na cidade homônima, situada a 175 quilômetros de Florianópolis.
Ambos os empreendimentos compartilham a mesma missão: popularizar produtos artesanais, desafiando a supremacia dos itens comerciais. Juliano Mendes destaca que, ao lançarem a Eisenbahn, revolucionaram o mercado de cervejas introduzindo opções amargas e aromatizadas, como a popular IPA. Com a Pomerode, o desafio foi semelhante ao introduzirem queijos artesanais, conhecidos por seus sabores intensos e aromas marcantes.
A Pomerode enfrentou desafios em 2022, incluindo a elevação dos custos de produção devido ao aumento do preço do leite. No entanto, a empresa está projetando um crescimento leve em 2023, com receitas estimadas em 15 milhões de reais, representando um aumento de 30%. O foco para o próximo ano é o lançamento de novos produtos originais, destacando-se como diferencial no mercado.
A história de sucesso da Pomerode não se restringe apenas aos números, mas também aos reconhecimentos internacionais. O queijo Morro Azul, inspirado em um ponto turístico local, recebeu o título de melhor queijo da América Latina no World Cheese Awards. Com mais de 30 prêmios, a queijaria continua inovando, recentemente lançando o queijo Vale do Testo.
Os irmãos Mendes, inspirados pelo espírito empreendedor de sua família, não são estranhos ao mundo dos negócios. Após a venda da Eisenbahn em 2008, dedicaram-se ao estudo do universo dos queijos, culminando na aquisição do laticínio em 2012 e no estabelecimento da Pomerode em 2013.
Atualmente, a Pomerode, além de consolidar sua presença no mercado B2B, busca explorar novos mercados e alavancar o potencial turístico de Pomerode. A cidade, conhecida como a mais alemã do Brasil, tornou-se um destino turístico forte, oferecendo oportunidades para o crescimento contínuo da queijaria.
Comparando com os primórdios da Eisenbahn, quando enfrentaram uma concorrência limitada, os desafios da Pomerode residem na competição crescente no cenário das queijarias artesanais. No entanto, através de estratégias comerciais sólidas, investimentos em marketing, ênfase na qualidade do produto e expansão, a empresa experimentou um notável crescimento, superando os 15 milhões de reais em receitas anuais.
A trajetória da Pomerode serve como um exemplo de sucesso, onde a inovação, a qualidade e a resiliência são elementos-chave na conquista do mercado de queijos artesanais no Brasil.
Fonte: Exame
