Azeite, arroz e soja estão entre as culturas mais prejudicadas pelos eventos climáticos extremos, além de representar uma parcela importante da economia mundial
Em novembro, boa parte do Brasil experimentou os impactos das elevadas temperaturas e ondas de calor, refletindo diretamente nas plantações. O clima adverso afeta diferentes cultivos de maneiras variadas.
Verões excessivamente quentes e secos, como os observados recentemente na Europa, nos Estados Unidos e na Ásia, resultaram em colheitas comprometidas, algumas das quais completamente fracassadas. Essa situação, por sua vez, influencia os preços dos alimentos que integram nossa dieta.
As plantações brasileiras também estão sujeitas aos efeitos das ondas de calor, tempestades e inundações. Já se percebem os impactos climáticos extremos em diversas commodities alimentares, e três exemplos notáveis são:
- Azeite: No Mediterrâneo, um verão longo, quente e seco prejudicou as oliveiras, resultando em colheitas deficitárias de azeitonas. A redução da umidade do solo durante a fase crucial de crescimento das plantas levou a uma diminuição significativa nos estoques de azeite, resultando em aumentos substanciais nos preços do produto. Países como a Espanha, um dos principais produtores globais de azeite, enfrentaram temperaturas médias até 2,5°C a 4°C superiores à média entre abril de 2022 e maio de 2023, agravando ainda mais a situação com a escassez de chuvas.
- Arroz: Produtores de arroz em várias partes do mundo estão lidando com os impactos das mudanças climáticas, seja devido à seca, inundações ou aumento da salinidade. Na Itália, responsável por cerca de metade do arroz consumido na União Europeia, a produção enfrenta a ameaça de queda devido à seca contínua. A Tailândia também prevê uma redução na colheita de arroz devido à escassez de chuvas. Em julho deste ano, os preços do arroz na Ásia dispararam devido a esses desafios. Na Índia, chuvas tardias durante a temporada de monções prejudicaram a colheita, levando à suspensão das exportações de algumas categorias de arroz.
- Soja: No Brasil, a soja já sente os efeitos das mudanças climáticas. Na Argentina, os rendimentos da soja devem diminuir em 44% em 2023 em comparação com a média dos últimos cinco anos, devido ao terceiro ano consecutivo de seca na América do Sul. No ano anterior, a Argentina declarou estado de emergência e desastre agrícola em várias regiões, resultando em perdas estimadas em US$ 10,4 bilhões, afetando culturas como trigo, soja e milho.
Fonte: Exame