A divisão de ensino básico tem sido o maior impulsionador do crescimento da Positivo; em 2023, a companhia deve crescer 14%
Meses após sua incursão em São Paulo com a aquisição do Colégio Santo Ivo, o Grupo Positivo firma uma nova transação no estado para reforçar sua presença na área de ensino básico. Dessa vez, a empresa adquiriu a Escola e Colégio Jardim das Nações, que conta com duas unidades em Taubaté e Tremembé. Esta movimentação representa o maior número de alunos desde o início do processo de expansão do Colégio Positivo, em 2016.
A instituição Jardim das Nações possui 1.800 alunos distribuídos pelos três níveis da educação básica, do berçário ao ensino médio, e foi fundada em 1970 pela professora Júlia Maria Rocha Carneiro Bastos, conhecida como dona Julinha. Atualmente, a escola é dirigida pelos membros da família da fundadora: as filhas Beatriz de Carvalho e Heloísa Marques Silva, e os netos Murilo Carvalho e Thomás Bastos.
Os quatro permanecerão como sócios e ocuparão cargos de direção, mantendo-se na linha de frente da administração da escola. Na estratégia de expansão, a Positivo preza por manter os proprietários das escolas envolvidos no negócio, e, no caso do Jardim das Nações, eles ainda retiveram uma participação na operação.
Embora os valores da transação e a participação adquirida não tenham sido divulgados pela empresa, sabe-se que as negociações entre as partes se estenderam por cerca de um ano. Lucas Guimarães, presidente da Positivo Educacional, destaca a ênfase da Jardim das Nações na formação de professores e no corpo técnico, elementos que atraíram a atenção da Positivo.
De acordo com Guimarães, a estratégia da Positivo para expansão na educação básica visa encontrar escolas alinhadas com a entrega de um valor mais elevado, incluindo um projeto pedagógico consistente que estimule o pensamento crítico e o método científico, além de um currículo que vá além das salas de aula. A Positivo busca um público de classe A, disposto a realizar desembolsos mais substanciais, e no caso do Jardim das Nações, as mensalidades têm uma média de R$ 1.700,00.
Com essa nova aquisição, o Grupo Positivo agora opera 26 escolas, distribuídas nos estados do Paraná, Santa Catarina e São Paulo, totalizando mais de 20.500 alunos. Este avanço representa uma mudança estratégica nos últimos anos, marcada pela saída de algumas operações, como a venda do Sistema Positivo de Ensino e da Universidade Positivo em 2019.
Atualmente, a divisão de ensino básico contribui com 34% do faturamento total da Positivo Educacional, em comparação com os 6% registrados há uma década. A operação principal do grupo é a gráfica Posigraf, representando 44%, enquanto a plataforma Sistema Aprende Brasil, que atende escolas públicas, compõe os 20% restantes.
Segundo Guimarães, a entrada dos novos colégios tem sido o principal impulsionador do crescimento atual, prevendo que a empresa alcance um faturamento anual de R$ 1 bilhão em 2023, um avanço de 14% em relação ao ano anterior. Com uma posição financeira fortalecida, a Positivo está inclinada a explorar novas oportunidades, embora o CEO evite comentar sobre expansões e eventos futuros, destacando a abertura para escolas que se alinhem ao perfil buscado pela empresa.
Fonte: Exame